O Limite da Amizade
Lila Duarte
Eu joguei o celular na cama com tanta força que o colchão vibrou. Quatro da manhã. Quatro da manhã, e o Presidente Implacável da Meneses Global, Aaron Meneses, achou que era apropriado me acordar para me interrogar sobre a falta de uma fofoca corporativa.
O sangue me ferveu nas veias. Eu passei meses lidando com a burocracia que brotava do inferno, atuando como a ponte entre o caos de São Paulo e os escritórios de Londres, tentando manter a cabeça de meu pai e os bilhões de meu sócio Meneses fora da lama. Ainda tinha a empresa com a minha amiga e as minhas responsabilidades. Eu aturei a frieza dele, a arrogância dele, e o que eu recebia em troca? Uma briga.
Acordar para dizer que eu não falei sobre o divórcio de Cat?
Eu me sentei na cama, passando as mãos pelos seus fios dos meus cabelos. O cansaço não era físico, era emocional. Eu estava cansada de ficar entre Aaron e Cat. Cansada de ser o escudo, a ponte, a mensageira e agora a vilã.
Eu