O coração da casa
Catarina Smith
Paul sorriu com o meu comentário sobre querer ficar para sempre, e me puxou gentilmente para a cozinha. O cheiro de móveis novos e a promessa de vida preenchiam o ar.
— A Sala de Estar é o convite. Mas a cozinha… a cozinha é onde vamos começar a reconstruir — disse ele, a voz com um tom de intimidade inédito. – Lá que eu quero me abrir totalmente para você. Te mostrar como sou verdadeiramente. – Aquelas palavras me pegaram com força, não tinha como fingir o que ele estava me entregando.
Paul estava se entregando para mim, ali, despido de corpo e alma.
Nunca tinha me sentindo tão viva como agora, era como se as minhas respostas para as minhas dúvidas sempre estivessem nesse novo Paul.
O lugar era tudo o que eu tinha imaginado, e mais. Olhei para a mesa de carvalho rústica, sólida e real, o oposto exato da nossa mesa de vidro de cerimónia. Mas Paul me conduziu para a ilha de mármore Calacatta Gold.
— Antes do jantar, precisamos de algo para celebrar.