O Confronto Final
Paul Evans
Corri pelos corredores silenciosos da UTI, meus passos abafados pelo carpete hospitalar. O silêncio era traiçoeiro; eu sabia que Jussara estava em algum lugar, armada com o ódio e a determinação de quem não tem mais nada a perder.
O alarme interno da ala de serviço disparou, um som agudo e intermitente. O sistema de segurança estava tentando se religar. Eu me movi em direção ao som, deslizando para trás de um carrinho de suprimentos.
A vi no final do corredor, perto da escada de serviço. Era ela.
Mas não a Jussara elegante e arrogante. Aquela mulher estava irreconhecível. Ela usava roupas sujas e amassadas, o cabelo oleoso preso desordenadamente. O rosto estava magro, cavado, os olhos injetados de vermelhidão e fúria. A decadência de um mês como fugitiva havia devorado a sua vaidade.
Ela segurava algo na mão: não uma arma, mas um bisturi cirúrgico, roubado de algum posto de enfermagem. Seus olhos vasculharam o corredor, a loucura à flor da pele.
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