O Confronto Final
Paul Evans
Abri a porta do quarto do hospital. O ambiente era silencioso, exceto pelo bip monótono dos aparelhos. Tereza estava na cama, pálida, com o pulso enfaixado e os olhos grandes e escuros. Olívia estava ao lado da cama, parecendo exausta, e se afastou discretamente, dando espaço para nós três.
Quando Tereza nos viu – eu, Catarina, e Almir – sua expressão mudou de uma melancolia forçada para um brilho de excitação. A atuação começou.
— Paul! Você veio! — Sua voz era fraca, quase um sussurro dramático. — Eu sabia que você viria. Eles disseram que eu estava fazendo drama, mas eu precisava de você.
Ela tentou estender a mão para mim, mas eu permaneci parado ao lado de Catarina, que estava ereta e impenetrável.
— Eu perdi o rumo, Paul. Foi horrível. Tudo estava indo bem, eu estava bem. Mas então… — As lágrimas começaram, forçadas, mas eficazes. — A prima de Almir, Jamila, ligou para ele. Contou que está grávida. E foi um gatilho. O filho que perdemos…