NARRADOR
Frederick abraçou-a com força, sentindo que, no momento em que os seus braços se entrelaçaram, algo dentro dele despertava. Era como se lhe tivessem devolvido o ar, como se o pesado nó que lhe oprimia o peito se desfizesse pouco a pouco. Ambos choraram desconsolados, como se as suas lágrimas fossem uma mistura de tristeza e felicidade, uma torrente de emoções que transbordava sem controlo. A única coisa que importava naquele momento era estarem juntos, não importava mais nada.
«Obrigado por quereres falar comigo», Frederick quebrou o silêncio, a sua voz embargada.
Charlotte separou-se ligeiramente dele, os seus rostos ficaram tão perto que quase podiam sentir o suspiro um do outro. Ela apertou os lábios e negou com a cabeça, como se não conseguisse encontrar as palavras adequadas.
«Obrigada por me procurares», disse com suavidade. «Não sei o que te dizer agora mesmo porque muitas coisas ainda não estão claras, mas quero que saibas que desta vez estou disposta.»
«O quê?», Fred