Leonardo vive seu maior sonho, atuando como Governador do Estado de São Paulo, ele gerencia o maior estado do país com mãos de ferro em um partido conservador. Sua vida se resume a trabalho. Depois de um divórcio conturbado, ele entende que sua vida pessoal deve ser estar em segundo plano. Até que o passado pode colocar em jogo sua vida política. Jéssica mora no Rio de Janeiro, dando o seu melhor como mãe solo. Depois de receber uma ligação avisando que sua tia Maria, a sua única parente, está doente e precisa da sua ajuda imediatamente. Ela decide voltar para São Paulo, lugar onde ela provou o amor e a humilhação. Quando Leonardo reencontra o passado ele descobre que seus inimigos políticos podem jogar todo o seu esforço na lama, por algo que que ele nem sabia, a paternidade de uma criança que mora em uma comunidade. E agora Jéssica fará de tudo para não perder a guarda da sua filha, até mesmo reacender a fagulha que o homem poderoso a sua frente sentiu um dia.
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Hoje era o dia em que assumiria o comando do maior Estado do País. Minha posse como governador de São Paulo aconteceria daqui alguns minutos. Pedi que meus pais me deixassem sozinho por um instante. Minha vida mudou tanto desde o momento que assumi o cargo como diretor até ser eleito no primeiro turno. Durante os quatro anos que passei como secretário de saúde, dei o meu melhor. Trabalhei com afinco, me dediquei de coração a tudo que fazia e segui sendo o mesmo homem que meus pais criaram. Mesmo que no caminho algumas coisas tenham acontecido e por pouco não me desviei do que era certo, no final tudo acabou bem e agora eu começaria a lidar com uma nova fase na minha vida. Minha campanha foi limpa, sem atacar o adversário e justa com tudo que me propus a fazer. Marcelo foi condenado pelos crimes que cometeu e agora cumpria pena em Brasília. Pelo que ouvi de alguns conhecidos ele lutava para sair da prisão antes do tempo. Eu tinha uma boa relação com praticamente todos os membros do partido, consegui até mesmo manter uma relação de forma civilizada com Pedro e jamais deixei de ajudar Estrela Guia. As poucas vezes que estive lá, quando encontrei Viviane ela me tratou bem, e percebi que o sentimento que tinha por ela um dia já não existia. Eu vivia bem solteiro, sem ninguém em minha vida. Sara e eu voltamos a nossa relação depois que ela voltou ao Brasil, descobri muito depois o motivo dela ter ido embora para o exterior e que ela precisava passar mais um ano fora agora para controlar a doença e assim não precisar passar novamente por tratamento agressivo outra vez.Pela janela do meu gabinete eu vi a movimentação de pessoas e a imprensa lá fora. Meu nome se tornou importante no cenário político pelo jeito limpo de fazer política. Eu tinha plena consciência de que muitos me odiavam, porém nada me faria mudar quem eu era de verdade.A porta se abriu e minha assessora entrou me avisando que era a hora de descer. Arrumei meu terno, conferi minha gravata no espelho que tinha ali e peguei meu celular e a pasta com o discurso que faria pela primeira vez como governador eleito.Saímos juntos do gabinete rumo ao meio daquelas pessoas, que confiavam em mim, no meu trabalho. Eu jamais sujaria meu nome, seguiria fazendo um mandato de forma honesta, limpa e sem mentiras ou enganação.Jéssica
Rio de JaneiroCuidar de uma garotinha de quatro anos, esperta, que não parava um minuto sequer era bastante cansativo. Valentina era uma menina inteligente demais para a idade, curiosa e que amava brincar de médica com suas bonecas. Minha filha era a cópia exata daquele homem. Os olhos, o sorriso e tudo lembrava aquela pessoa que eu odiava. Morava em uma casa num bairro distante do centro com minha amiga Fernanda. Ela foi quem me acolheu quando decidi largar tudo em São Paulo e recomeçar em outro lugar.—Mamãe olha o que tá passando na TV — distraída não vi que minha filha havia colocado no jornal da tarde e ao ver a imagem que passava na televisão, larguei a verdura que estava cortando na pia para mudar de canal.Ao ouvir o que aquele homem dizia, a raiva dentro de mim foi tanta, quando ele disse que cumpriria a promessa de criar escolas de ensino fundamental integral a partir da primeira série e que se comprometia a trabalhar em parceria com a prefeitura com a construção de creches para as comunidades e assim ajudar mães solos.Era piada ouvir o que aquele desgraçado dizia. Conquistou tudo, com aquela conversa dele, com seu jeito de bom homem que no fim não passava de um personagem mascarado que ele fazia. Boba era a mulher que se deixava enganar pelo maldito.Mudo de canal, colocando em um aleatório e ouço Valentina brigando comigo por isso.—Mamãe eu quero continuar vendo o moço na televisão.Minha filha tenta pegar o controle da minha mão, porém sou mais rápida e coloco em cima da estante bem no alto para que assim ela não consiga alcançar.—A senhorita não tem idade para ficar assistindo essas coisas e vamos para o quarto que daqui a pouco sua tia Nanda chega.Aponto para a porta do nosso quarto. Vendo Valentina fazer seu bico quando ficava emburrada tentando me convencer a mudar de ideia. Aponto para o quarto, ela faz carinha triste, mesmo assim acata o que mando indo trocar de roupa para tomar o banho antes do jantar.Assim que minha filha entra, pego o controle e coloco outra vez no jornal. A reportagem sobre a posse do novo governador de São Paulo continuava e rever aquele homem outra vez apenas trazia lembranças que eu queria esquecer. Já era difícil demais ter minha filha me relembrando todos os dias quem era o pai dela. Eu o odiava tanto, porém amava demais minha filha e por ela faria qualquer coisa para manter sua identidade escondida do mundo. Nanda conseguiu me livrar de muitas coisas, só que um dia eu acabaria sendo descoberta. Fugir do meu passado era o melhor a se fazer.Vi seu rosto pela última vez, antes de desligar a televisão e ir até o quarto ver o que minha filha fazia. Era melhor esquecer Leonardo, o que ele representou e tudo que passei depois que ele me expulsou da sua vida.Jéssica — Valentina, guarda esse celular que chegamos — chamei atenção da menina, que desde o momento em que saímos de casa, não tirava os olhos da tela do aparelho. Lidar com uma pré-adolescente é complicado às vezes. Mesmo Valentina sendo uma menina estudiosa e obediente, ainda assim era como qualquer garota da sua idade, viciada em redes sociais e internet. — A mana, deve estar conversando com o Francisco — Sofia diz, com um sorrisinho, fazendo com que a irmã brigue com ela. — Francisco é meu melhor amigo, sua tonta — Valentina reclama, guardando o celular dentro da bolsa. — Amigo ou não amigo, quando entrarmos na casa dos seus avós, não quero você mexendo no celular e dê atenção ao seu avô Ricardo. Respondi, fazendo sinal para os três. Leandro era mais calmo e não dava tanto trabalho assim. — Fábio, você pode descansar um pouco e daqui a pouco vá jantar. Leonardo deve estar chegando em breve e voltamos com você no carro. — Certo, dona Jéssica. Vou esperar na cozinha, assim
4 anos depoisLeonardo— Doutor, o senhor tem pacientes agendados até as dezenove horas hoje.— Obrigado Roberta, você pode ir agora — minha secretária, saí do meu consultório, deixando-me sozinho para terminar de arrumar a agenda do dia. Quatro anos depois, voltei a clinicar, entregando o governo para Jorge que continuaria o trabalho que começamos oito anos atrás. Minha vida deu uma virada, após Jéssica retornar para minha vida. Completamos quatro anos de casados. Com três filhos maravilhosos e nossa vida era como tantos casamentos reais. Minha mulher estava no terceiro ano de medicina, estudando com afinco e sendo a esposa e mãe maravilhosa que sempre foi. No último ano do meu segundo mandato, disse que daria um tempo na política, não aceitando fazer parte da equipe de governo do Jorge. Foram oito anos, trabalhando bastante e me dedicando somente ao Estado. Precisava de uma pausa e necessitava de um descanso e claro ter mais tempo ao lado dos meus filhos e da minha mulher. Ainda que
Leonardo Sentado em uma das cadeiras na varanda, observava de longe Jéssica com Valentina e Viviane junto dos filhos. Ao meu lado, sentado na cadeira oposta a minha Pedro, bebia sua cerveja, observando sua família. Era irônico imaginar que um dia, os dois rivais estariam passando o natal juntos com ambas as famílias.— Doutor, se alguém me contasse que estaria sentado ao seu lado, na sua casa, passando o natal ao lado da sua família, diria que a pessoa estava completamente louca.Pedro disse, levantando a garrafa de cerveja para mim. Eu pensava o mesmo, visto que nós dois não fomos amigos quando nos conhecemos, porém as circunstâncias fizeram com que ambos se entendessem.— As coisas mudam Pedro Pascal. Agora estamos aqui comemorando o natal em família e claro fazendo planos para os próximos anos do meu segundo mandato e de como posso continuar ajudando Estrela Guia e todos os moradores.Disse, ao citar a política e claro a comunidade que trouxe para a minha vida o meu amor.— Temos
JessicaDeitada nos braços do Leonardo, admiramos as estrelas, do lado de fora da tenda. Após o jantar, decidimos dar uma caminhada pela praia, parando para descansar um pouco afastado da casa e dos olhares dos seguranças. Aurea ligou um pouco antes, para contar que os gêmeos tinham acordado com fome, porém dormiam novamente depois de tomar a mamadeira. Falei que voltaria para casa, contudo minha funcionária disse que eu deveria aproveitar a noite com meu marido.— Não sabe o quanto eu amo esse lugar — disse, levantando a cabeça para olhar o rosto dele. Leonardo sorriu para mim, tocando meu rosto com carinho.— Essa casa é especial para nós dois — respondeu ao beijar meus lábios.— Vou começar a planejar as festas de fim de ano aqui. Convidar o Pedro com a Viviane e os filhos deles, seu pai, Jorge e Elisa…Não toquei no nome da Soraia, porque aquela mulher jamais seria bem-vinda em qualquer lugar que eu estivesse.— Eu acredito que um dia, você e a minha mãe vão acabar se entendendo.
LeonardoAguardava a volta da minha esposa, sentado na varanda admirando a noite estrelada. O dia em família foi com direito a almoço no centro da cidade, seguido de um passeio animado com Valentina atenta a tudo. Os gêmeos se comportaram muito bem, tanto que minha esposa não teve trabalho algum. Era como se os dois entendessem o significado desta viagem. Sofia não parava de olhar tudo ao redor, enquanto Leandro, ficou mais tempo dormindo que qualquer outra coisa. Conversei com Jorge sobre o trabalho, meu vice- governador disse que tudo seguia sob controle e que eu aproveitasse o fim de semana com minha família. Papai também ligou para saber dos netos e Valentina, ficou com o avô conversando por chamada de vídeo. Virei meu rosto para o lado direito da praia, só então notei uma tenda armada na areia e fiquei confuso sobre o que seria. Só então lembrei da minha esposa, insinuando que nossa noite seria especial e que esperava que os gêmeos deixassem os pais passarem um tempo sozinhos. Ou
JéssicaSofia e Leandro dormiam como os anjinhos que são. Estava sozinha com as crianças em meu quarto, enquanto Leonardo e Valentina estavam na praia aproveitando o restante da tarde. Falei para Áurea e as enfermeiras, descansarem um pouco e aproveitei para terminar de enviar mensagem para a pessoa que me ajudaria a planejar a surpresa que eu pretendia fazer para o meu esposo. Aproveitaria a noite de sexta-feira para ficar com nossos filhos, em um jantar que seria organizado na parte de fora da casa, contudo no dia seguinte, Leonardo e eu passaríamos bons momentos na praia. Claro que estava contando com a sorte, para que os gêmeos deixassem os pais aproveitarem um pouco. Aurea sabia por cima do que eu estava planejando, até mesmo disse que eu poderia ficar tranquila, que ela daria conta dos três, porém era bom não arriscar. Me sentia nervosa e ao mesmo tempo excitada por passar uma noite com meu marido. Após a consulta com a ginecologista, estava liberada para voltar a ter relações e
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