Às vezes a vida não é tão fácil e nos coloca obstáculos. Para Matteo a vida estava sendo injusta e ele precisava de ajuda, nem que fosse de alguém que ele não dava a mínima importância. Para Ana, a vida sempre foi difícil e complicada, mas ela conseguiu ultrapassar muitas coisas. Agora, mais uma vez ela precisa de um milagre e não imaginava que seria a pessoa mais egoísta do mundo que iria ajudá-la. Os dois acabam se unindo no mesmo plano, com esperança de que isso mude seu caminho para melhor. E podem aprender que a vida tem momentos de calmaria e de tempestade, mas que juntos, eles podem tudo. Basta abrir o coração.
Leer másParte 1...
Eu não sei dizer o nível de minha frustração e raiva, agora que tive que ouvir calado tudo o que meus amigos e também advogados tinham a me dizer.
Olhei em volta. O restaurante é muito conhecido, então está lotado a essa hora, o que me impede de soltar os cachorros em cima dos dois. Não acredito que estou ouvindo uma merda dessa.
Eu não me importo com a opinião dos outros e menos ainda quando nem mesmo os conheço, mas tenho educação suficiente para não fazer uma cena, mesmo que a vontade seja essa. Só não faço isso realmente porque preciso manter meu nome em um bom nível, mas a língua está coçando.
— Não é possível que isso seja real - me inclinei pra frente, falando com os dentes cerrados.
— Sinto dizer, amigo, mas é bem real - Otávio me respondeu — Infelizmente, você vai ter que aceitar.
— Aceitar... - diminuí a voz — Porra nenhuma.
— Matteo, não tem muito o que fazer nesse caso. Você está de mãos atadas - Sandro me disse, gesticulando.
— Sandro, isso é um erro, tenho certeza - apertei a mão em cima da mesa — Eu não acredito que meu avô tenha feito uma sacanagem dessa comigo - respirei fundo.
Sandro torceu a boca e olhou para Otávio. Eu sei que eles são muito competentes no que fazem e agora estão falando comigo como meus advogados e não apenas como amigos de longa data. Eu os entendo, mas é um absurdo.
— Eu sei que você está muito surpreso - eu dei uma risadinha irônica — Mas como seu advogado, tenho que te dizer que não há outra coisa a fazer, a não ser se conformar com isso. Foi um desejo de seu avô e ele deixou isso no testamento.
— E ele tem testemunhas, Matteo. Foi tudo feito dentro da lei e seu avô estava muito bem de saúde quando redigiu o documento - Sandro comentou.
Esperei que uma garçonete passasse por nossa mesa para que ela não ouvisse minha conversa com eles. A garota parecia bem interessada em nós. Não sei em qual de nós, na verdade. Eu me considero um homem bonito, mas acho que Sandro e Otávio também atraem muito as mulheres.
Na verdade, somos um trio conhecido no meio em que vivemos. De ricos e muito ricos. Celebridades também. É um meio que nem todo mundo consegue entrar e os que estão nele fazem de tudo para não perder a posição.
A garota deu uma olhada em nós três, mas errou o momento. Não estamos interessados. Estou resolvendo algo muito mais importante do que uma mulher bonita. O que aliás, nunca me faltou.
A menos de um mês eu terminei um relacionamento com uma modelo linda, mas que teve a péssima ideia de querer me prender em um casamento.
Eu detesto que tenham ideias sobre o que eu devo ou não fazer, sem me consultarem antes. E parece que meu avô fez exatamente isso, me deixando em uma situação difícil.
— Vocês precisam rever isso - balancei a cabeça em negação — Eu tenho todo o direito de ter a herança para mim. Fui eu quem sempre fez por onde, eu que cuidei daquele lugar - disse irritado.
— Nós sabemos disso, Matteo, mas infelizmente existem cosias que a lei cobre - Otávio encolheu os ombros — E você sabe que eu sou um excelente advogado - olhou para Sandro — Nós somos, na verdade. O documento está certo.
— Se quiser, pode pedir uma cópia para consulta privada - Sandro me informou — O escritório não poderá lhe fornecer o original, mas como você é parente e um dos interessados, poderá pegar uma cópia.
Eu apertei os lábios, batendo o pé rápido no chão. Minha irritação começa a aumentar. Isso pra mim é mais uma sacanagem de minha família, entre outras que já tive que suportar no passado.
— Vocês sabem de minha história, eu estou certo, não estou? - abri as mãos.
— Bem... Como amigos achamos que sim - Otávio fez uma cara de consolação — Porém, como advogados, temos que seguir a lei e isso quer dizer que você é um dos herdeiros e está certo em exigir toda a herança... Caso faça o que seu avô estipulou - ele mexeu a cabeça.
— Caramba... Isso é tão ridículo que eu nem sei se devo rir ou quebrar tudo de raiva.
— Calma - Sandro tocou meu braço — Não é o fim do mundo ainda.
Ouvir isso me deu um sopro de esperança.
— Então pode ter uma saída para essa loucura?
— Sandro... Não dê esperança a ele - Otávio fez uma cara de crítica — Sabe como esse aí é.
— Cala a boca, Otávio - eu comandei — Se tiver algo que possa ser feito, eu quero saber, merda!
— Eu não sei - Sandro ergueu as sobrancelhas e encolheu os ombros — Só estou falando para que você não fique tão fora de si. Tudo tem uma solução.
— Tá, então me dê a solução, caramba!
Bati o pé de novo com força no chão. Estou mantendo minha voz em um tom aceitável para o local onde estamos, mas é um inferno. Queria mesmo era estar gritando para todo mundo ouvir, isso sim.
Se eles tivessem ido até minha cobertura para falar sobre isso, acho que eu teria quebrado muita coisa de raiva. Talvez uns copos contra as paredes.
A garçonete voltou toda cheia de sorrisos com os nossos pedidos e serviu com todo cuidado, encarando a cada um de nós. Está claro o que ela quer. Se eu não estivesse com raiva, talvez até lhe desse atenção. É uma garota bonita.
Não estou mais com fome e nem com paciência para ficar perdendo tempo com flertes sem sentido. Eu olhei sério para ela que ficou sem jeito e terminou de servir os pratos, pedindo licença e se retirando. Ainda bem, porque eu já estava quase para mandar que ela saísse e nos deixasse em paz. Detesto ser interrompido quando estou resolvendo alguma coisa séria.
Otávio continuou me explicando os termos absurdos do testamento de meu avô. Não sei de onde ele tirou tudo isso. É um abuso de autoridade familiar.
Ele como meu avô queria mandar e esperava que eu obedecesse sem reclamar?
— O que diabos ele estava pensando quando fez esse testamento - passei a mão pelo cabelo e me estiquei, segurando a nuca — Eu não entendo isso.
— Infelizmente, agora não teremos como questionar isso diretamente a ele - Sandro disse, começando a comer.
Sim, isso era verdade. Infelizmente eu não teria como questionar essa decisão do meu avô. Apesar de tudo, o homem que eu amava como se fosse meu pai. Foi ele quem me criou, junto com minha avô Felicia, uma mulher adorável.
Autora Ninha Cardoso
Fique comigo para mais um romance carinhoso. Livro será postado completo.
Parrte 2...Ana— Para com isso, você vai se machucar - Matteo disse, tentando me segurar na cadeira — Eu te ajudo, calma.Eu estou impaciente. Quero ir ver a Acácia, mas sair de casa com cadeira de rodas é muito ruim e Matteo vai ter que sair para levar o irmão para depor. Mark ainda tentou manipular a situação para sair como vítima e jogou tudo nas costas de Jules, mas não deu certo.Fiquei com pena de Lucas, ele realmente acreditava que era amado pelos dois. Isso machuca muito. Pelo menos minhas dores sobre isso foi quando eu era muito pequena e o trauma que ficou apenas me ajudou depois, ainda que me deixe travada às vezes.— Pode me dizer porque você está tão impaciente hoje?— Ah... Não sei.. - suspirei — Quero sair de casa, Matteo. Quero ir ver a Acácia.— Tá bom, eu te levo até lá - ele saiu e voltou carregando um par de muletas — Que tal usar isso aqui?— Onde você escondeu isso? - ri me animando — Me dá... Quero testar.— Calma... Deixa eu te ajudar.Ele me ajudou a levantar
Parte 1...— Você ficou maluco? - Jules bateu na mesa — Eu dei minha imagem e meu nome para você... Aceitei ir para a cama com vocês dois para que o casamento se fortalecesse.— Não, Jules... Você pensou no dinheiro e em tudo o que Mark lhe oferecia. Você se deixou manipular, enquanto pensava que era você que manipulava. O tiro saiu pela culatra - Otávio disse.Matteo apertava os lábios. Sei que ele deve estar doido para estourar, mas os amigos já tinham dito a ele que fosse com calma, que tudo ia se resolver. Eles já tinham provas de tudo.— Jules, vamos resolver isso, está bem? - Mark ergueu a mão.— Vocês dois estão destruindo a vida do meu irmão - Matteo olhou com seriedade pa
Parte 4...AnaEu fiquei pasma com tudo o que Otávio e Sandro revelaram sobre o que Jules e Mark estavam fazendo com o irmão de Matteo. Eu sei que existem tipos de pessoas que são capazes de tudo, mas como eu ainda prefiro ter uma visão boa das pessoas, me admira sempre quando algo assim acontece.Patty deixou algumas coisas preparadas e eu também encomendei de um restaurante sofisticado, alguns pratos e doces. Não é o meu paladar, mas sei que eles estão acostumados a esse tipo de comida.Quem chegou primeiro foi o Sandro. Ele trouxe uma pasta e pelo que eu entendi, cheia de provas contra a Jules. Até que acho bom estar em uma cadeira de rodas, vai ser mais fácil sair da sala se a coisa começar a ficar pesada pra mim.Matteo está muito bonito, como sempre. Ele me ajudou a trocar de roupa porque dispensou a enfermeira, para evitar que gente de fora esteja presente durante o jantar. Ele quer manter tudo apenas em família.E eu ainda acho estranho me considerar da família dele. É muito b
Parte 3...MatteoSentamos perto. Ela com a bandeja ao lado na cadeira e eu no banco mais alto. Patty entrou e sorriu ao nos ver juntos.— Ah, que bom que já está comendo aqui na cozinha - ela lavou as mãos — Como se sente hoje?— Um pouco melhor, Patty - Ana suspira e torce a boca — Mas faz tempo que não passo tanto tempo deitada. É muito ruim.— Mas não se preocupe, em breve vai poder sair - ela me olha e cruza os braços — E por falar nisso, Matteo, você poderia levar a Ana no hospital para ver a mãe dela.— Seria ótimo - Ana disse — Só estou falando com ela por telefone e queria ver como está mesmo.— Mas eu estou cuidando dessa parte também - limpei a boca com o guardanapo — Acácia está bem, eu levo notícias suas para ela sempre.— Sempre? - ela fez uma cara de dúvida — E quantas vezes você foi até lá?Duas?— Apesar de sua cara de desconfiança - ergui o dedo — O que me ofende, diga-se - fiz um pequeno drama e Patty riu — Eu estou indo visitar a Acácia dia sim e dia não, ou seja, m
Parte 2...MatteoEu tenho que sair, mas antes preciso ver como está a Ana. O quarto está banhado pela luz suave da manhã. Ainda é cedo.Logo que me aproximei da porta já ouvi a voz dela lá dentro. Empurrei a porta e vi a Ana na cama, visivelmente frustrada enquanto tenta se mover, mas a recuperação da cirurgia no quadril a impede. Ainda é cedo para se movimentar bem como antes.Parei ao lado da cama, olhando para ela e tomando meu café. A cadeira de rodas está ao lado, pronta para uso. Ela me encara.— Bom dia, minha paciente favorita. Como está se sentindo hoje?— Bom dia, Matteo... - ela resmunga — Eu estou... Bem, irritada. Eu odeio ficar aqui, imóvel, parecendo um pássaro com asas quebradas.Achei engraçado. Ana irritada é uma outra faca que ainda não tinha presenciado, mas desde que voltou para casa após a cirurgia, ela estava tendo alguns momentos desses. Eu sorri e deixei a xícara em cima da mesinha ao lado da cama.— Ah, mas até os pássaros com asas quebradas precisam de u
Parte 1...MatteoAcácia, deitada na cama, olhava pela janela, perdida em seus pensamentos. Vejo que ela está preocupada, assim como Ana também está. Eu insisti para que ela fizesse logo a cirurgia. Não gosto de ficar adiando coisas assim, tenho até um trauma dessa coisa de doença, desde minha avó.— Acácia - falei de modo calmo — Pode ficar tranquila. A cirurgia vai ser bom para Ana. E eu vou cuidar dela, prometo.— Eu sei, filho - ela suspira — Mas é que assim, tão depressa?— Eu sei que é muita coisa para lidar, mãe - Ana senta ao lado dela na cama — Mas eu queria mesmo fazer, estava só esperando que chegasse o momento certo.— E já chegou - coloquei a mão em seu ombro — Não tem mais que esperar - eu sorri para Ana — A gente não vai mais se separar.Vi Acácia arregalar os olhos, mas parecia contente.— É mesmo? - ela olhou de mim para Ana — Vocês estão dizendo isso de verdade ou é só para que eu fique tranquila?Ana deu uma risadinha, balançando a cabeça.— Não... É verdade mesmo -
Último capítulo