O gosto Amargo da Dor
Os saltos de Eloise ecoavam pelo mármore frio, mas sua respiração estava falhando. As lágrimas insistiam em cair, borrando a maquiagem que ela havia passado pela manhã para disfarçar o cansaço.
O elevador se abriu, e assim que ela pisou no saguão, os olhares se voltaram.
Todos.
Primeiro, apenas silêncio. Depois, os sussurros cortantes, como lâminas invisíveis.
— Primeiro ela chegava sozinha… e agora desce chorando. — murmurou uma voz.
— O golpe foi descoberto. — outra completou. — Certeza.
Eloise apertou a bolsa contra o peito, o passo vacilante, mas manteve a cabeça erguida — mesmo que os olhos marejados a denunciassem.
— Ela achou mesmo que Augusto Monteiro, o imperdoável, ia se apaixonar por uma secretáriazinha? — alguém disse, rindo baixo.
— Mulher pra ele é a Thamires Santana. — outra voz, carregada de veneno. — Elegante, poderosa… uma deusa. Não essa coitadinha.
Cada palavra era um peso extra em seus ombros. Eloise caminhava em meio àqu