Entre Orgulho e Medo
A segunda-feira começou diferente.
Eloise entrou sozinha na empresa, os saltos soando no mármore do hall como se carregassem chumbo. O batom e a base não conseguiam esconder o cansaço: os olhos denunciavam noites em claro no hospital. Ainda assim, ela manteve a postura.
Sentou-se em sua mesa, abriu o Gmail, confirmou a agenda, fez tudo no automático, como se fosse apenas mais uma manhã de trabalho. Mas por dentro, estava em frangalhos.
Pouco depois, a figura imponente de Augusto surgiu. O olhar verde pousou nela com intensidade.
— Venha à minha sala. — disse, firme.
Eloise o acompanhou. Entrou, fechou a porta, e logo o silêncio pesado tomou conta do ambiente.
Augusto não perdeu tempo.
— Eloise, eu posso resolver isso. — disse, sem rodeios. — Hoje mesmo transfiro o dinheiro.
Ela congelou. O coração disparou, mas a resposta foi imediata.
— Não. — rebateu, firme. — Eu vou fazer um empréstimo.
O maxilar de Augusto se contraiu, incrédulo.
— Empréstimo? — repetiu. — Voc