Entre Olhares e Provocações
Às 9h40, Augusto levantou-se da cadeira, ajeitou o paletó e saiu do escritório. O corredor estava silencioso, mas um detalhe chamou sua atenção: a mesa de Eloise estava vazia.
Franziu o cenho.
Seguiu até a sala de reuniões, empurrando a porta de vidro.
Lá estava ela.
Eloise já organizava o material sobre a mesa: contrato aberto, canetas alinhadas, copos de água dispostos com precisão. Os cabelos caíam em ondas sobre os ombros, e o vestido desenhava suas curvas de maneira sutil, mas inegável.
— Estava à sua procura. — a voz dele soou grave, preenchendo a sala.
Eloise ergueu os olhos rapidamente, corando.
— Me desculpe, senhor Monteiro. Eu deveria ter avisado. Só quis deixar tudo pronto para a reunião.
Augusto fechou a porta atrás de si e caminhou até ela com passos firmes. Cada movimento parecia calculado, mas havia algo diferente em seu olhar — algo faminto.
Parou próximo, tão próximo que o perfume amadeirado invadiu o espaço dela. Inclinou-se, de