Capítulo 53
O quarto estava mergulhado numa penumbra suave, iluminado apenas pela luz cinza que filtrava pelas cortinas. A chuva lá fora continuava firme, como se quisesse embalar o silêncio que se instalara.
Augusto ainda mantinha o braço firme ao redor da cintura dela, como se não tivesse intenção de soltá-la tão cedo. Eloise, ainda ofegante, sentia o calor dele colado ao seu corpo, o coração dele batendo num compasso que aos poucos ia desacelerando junto ao dela.
Por um instante, nenhum dos dois falou. Era como se a respiração mútua fosse suficiente para preencher o espaço.
Ele a olhou de lado, os olhos verdes agora menos intensos, mas carregados de algo difícil de decifrar. Passou os dedos levemente pelo rosto dela, afastando uma mecha de cabelo úmida de suor.
— Vem — disse, num tom mais baixo e suave do que ela estava acostumada a ouvir.
Eloise franziu levemente a testa, mas permitiu que ele a guiasse até o banheiro. A água quente já corria quando ela entrou, sentindo o vapor en