O Fim. Ou o Começo.
A delegacia estava em ritmo lento naquela manhã.
Papeis sendo digitados, café requentado, luz branca demais.
Thomas estava na sala dele, revisando relatório, quando o telefone tocou.
Não o celular pessoal.
O telefone reservado.
Ele atendeu sem dizer nome.
— Fala. — a voz dele saiu baixa, firme.
Do outro lado, um sussurro:
— Chefe… chegou a informação. Hoje à noite. Galpão 14, zona industrial. Carregamento grande. Trinta e duas meninas. Todas menores. Algumas… muito menores.
Thomas fechou os olhos por um segundo.
Respirou pelo nariz.
— Carla vai estar? — ele perguntou.
— Vai. — respondeu o infiltrado. — E… ela quer fazer um leilão de virgens. Disse que agora “joga com gente grande”. Que tem nomes altos demais comprando proteção.
Silêncio.
Gelado.
Thomas apoiou a mão na mesa.
— Me passa a lista das condenadas.
Pelo telefone veio a lista — nomes, idades, procedências.
Não meninas.
Crianças.
Thomas anotou sem tremer.
Quando a ligação terminou, ele ficou dois segundos o