Verdades à Luz do Jantar
Sofia estava nervosa desde o momento em que terminou de se arrumar.
O espelho refletia uma versão dela que quase não reconhecia — o vestido azul-marinho com as costas nuas e um laço delicado na base da coluna parecia ter sido feito sob medida.
Os cabelos estavam soltos, as pontas levemente onduladas, e o perfume de baunilha e chocolate pairava suave no ar.
Quando a campainha tocou, ela respirou fundo antes de abrir a porta.
Do outro lado, Thomas Alves — terno escuro impecável, barba bem-feita, o olhar firme que fazia qualquer palavra parecer desnecessária.
Mas, naquele instante, ele pareceu perder o fôlego.
— Você… está linda. — disse baixo, quase rouco.
O olhar dele percorreu o vestido devagar, respeitoso e, ao mesmo tempo, cheio de desejo contido. — Azul. Eu devia ter imaginado. É uma cor que combina com você — forte, mas serena.
Sofia corou, tentando disfarçar o nervosismo. — Obrigada… você também está… — ela procurou uma palavra — perigos