Ecos da Madrugada
O sol ainda mal havia nascido quando Eloise desceu do táxi diante do prédio de Nathalia.
O ar da manhã tinha cheiro de chuva antiga e confusão recente.
Ela respirou fundo antes de entrar. Ainda sentia o gosto amargo das lágrimas, o peso das palavras que deixara para trás.
Mas precisava ver a amiga. Precisava de chão.
O elevador subiu devagar, cada andar ecoando como um lembrete de que a vida seguia — mesmo quando o coração insistia em parar.
Assim que as portas se abriram, Eloise deu um passo para fora… e congelou.
Um homem alto, de terno escuro e olhar firme, estava prestes a entrar.
Ele a fitou com naturalidade, mas algo naquele semblante fez o estômago dela revirar.
— Bom dia. — disse ele, a voz grave, polida, quase cortante.
Eloise piscou, tentando disfarçar o desconforto.
— Bom dia. — respondeu, educada, mas sem conseguir esconder o incômodo.
Seguiu pelo corredor, o som dos saltos ecoando no piso frio.
No corredor caminhou até o apartamento 101.
Por