Capítulo 146

Jogada Arriscada.

Um murmúrio percorreu o corredor, fagulhas em campo seco prestes a incendiar. Olhares atravessavam Eloise como lâminas afiadas, alguns de desprezo, outros de julgamento silencioso.

— Eu não…! — tentou dizer, mas a voz se quebrou no ar, frágil demais diante da onda que crescia.

O coro de veneno ganhou força:

— Sempre desconfiei dessa promoção meteórica.

— Quem sobe rápido demais, cai mais rápido ainda.

— Arruinou a todos nós com essa ambição cega.

Então, uma frase cortou o burburinho, vindo de algum canto:

— Aposto que fez isso porque não conseguiu dar o golpe do baú no senhor Augusto.

O sangue gelou nas veias de Eloise. As lágrimas saltaram aos olhos, o peito se apertou. Abriu a boca, desesperada para negar — mas Augusto ergueu a mão, impondo silêncio.

O olhar verde faiscava, duro, enigmático. Por dentro, ele já tinha decidido: precisava ganhar tempo, deixar os verdadeiros culpados à mostra. Mas para isso… teria que sacrificá-la.

— Eloise Nogueira. — a voz dele soou
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