Jogada Arriscada.
Um murmúrio percorreu o corredor, fagulhas em campo seco prestes a incendiar. Olhares atravessavam Eloise como lâminas afiadas, alguns de desprezo, outros de julgamento silencioso.
— Eu não…! — tentou dizer, mas a voz se quebrou no ar, frágil demais diante da onda que crescia.
O coro de veneno ganhou força:
— Sempre desconfiei dessa promoção meteórica.
— Quem sobe rápido demais, cai mais rápido ainda.
— Arruinou a todos nós com essa ambição cega.
Então, uma frase cortou o burburinho, vindo de algum canto:
— Aposto que fez isso porque não conseguiu dar o golpe do baú no senhor Augusto.
O sangue gelou nas veias de Eloise. As lágrimas saltaram aos olhos, o peito se apertou. Abriu a boca, desesperada para negar — mas Augusto ergueu a mão, impondo silêncio.
O olhar verde faiscava, duro, enigmático. Por dentro, ele já tinha decidido: precisava ganhar tempo, deixar os verdadeiros culpados à mostra. Mas para isso… teria que sacrificá-la.
— Eloise Nogueira. — a voz dele soou