Anna....Ela precisa de mim e eu preciso estar lá.
Alguns dias depois, sexta-feira...
Anna
O final da semana chega arrastado, como se o tempo também estivesse exausto. Os corredores da Beleza Ibérica continuam agitados, mas por dentro, sigo no modo automático. Rafael não me procura mais, e isso, por mais estranho que pareça, me alivia. Não porque ele tenha deixado de importar — mas porque eu não preciso mais sustentar a dúvida.
Helen percebe. Seus olhares são atentos, discretos. Mas não questiona. A rotina se encarrega de nos manter ocupadas: relatórios, reuniões, planilhas. O mundo segue, mesmo quando o coração parece estagnado.
No fim da tarde, ligo para meu pai. Ele não atende.
O incômodo é imediato. Eu o vi pela manhã, ele estava bem. Conversamos, ele comeu até com certo apetite — algo raro nos últimos tempos. Por isso, o silêncio agora me incomoda mais do que deveria.
Clara está viajando. Se estivesse lá, já teria me tranquilizado. Mas não está. E o vazio do outro lado da linha me faz criar mil cenários.
— Helen — digo, me aproxi