Alice apareceu do nada, esfregando os olhinhos sonolentos e segurando seu ursinho contra o peito.
Seus passos arrastados fizeram Isaías e eu recuarmos do momento em que estávamos, quando nossos lábios estavam quase, quase se tocando.
Parecia que Alice pressentia quando eu estava prestes a ultrapassar uma linha que até eu mesma desconhecia.
Ela me puxou pela mão, ainda em seu silêncio, mas o recado estava claro.
Precisava de mim ao seu lado para dormir.
Sorri para ela e olhei para Isaías, que entendeu tudo.
Ele, sempre tão observador, sempre tão atento aos detalhes.
— Bom, meninas – ele começou, em um tom de voz suave, mas já me partindo o coração antes mesmo de terminar a frase.
— Já está tarde, e eu tenho plantão cedo amanhã. Melhor eu ir para casa.
Aquelas palavras fizeram meu coração despencar.
Era um instante tão frágil, tão cheio de possibilidades e sentimentos à flor da pele…
Ele nos deixaria?
Ali, sozinhas com uma saudade que eu ainda nem tinha deixado nascer, mas já