As semanas passaram como um borrão.
Dias e noites se arrastaram em uma rotina que deveria me trazer conforto, mas que, na verdade, me deixava ainda mais inquieta.
Isaías havia sumido, e com ele, todas as respostas que eu precisava.
No entanto, o que mais me atormentava não era a ausência dele, mas as palavras não ditas que ficaram entre nós.
Era como se houvesse um grito preso dentro de mim, e eu não sabia mais onde guardar tanta angústia.
Foi então que procurei Luana.
Se havia alguém que poderia ouvir meus temores sem me julgar, era ela.
Sua sabedoria, sempre tão prática, era exatamente o que eu precisava, mesmo sabendo que ela não pegaria leve comigo.
Luana me recebeu com aquele olhar tranquilo, como se soubesse exatamente por que eu estava ali antes mesmo de eu abrir a boca.
— Sente-se, Alby e fique a vontade. Você está com aquela cara de quem carregou o mundo nas costas e ainda não se livrou dele.
Suspirei e me sentei,