Fernanda foi exposta, assim como eu.
Enquanto eu falava, Alby me ouvia em silêncio.
Seu rosto era impenetrável, mas eu podia ver, por trás de seus olhos, a dor se acumulando.
Ela não disse uma palavra, nem quando eu terminei de contar tudo, não me deu um olhar de desaprovação ou um sorriso de alívio.
Apenas silêncio.
Era o único espaço que ela me dava, a única coisa que eu sabia que ainda podia ter: sua atenção.
Quando finalmente a última palavra saiu da minha boca, o silêncio pairou sobre nós.
Não houve gritos.
Não houve acusações.
Mas algo no ar, algo no peso de seus olhos, me fez entender que eu estava prestes a ouvir o que mais temia.
— Você fez o quê? — Ela finalmente falou, e sua voz estava gelada, cortante.
O olhar que me dirigia não era de rancor, mas de pura tristeza.
— Você realmente acha que isso muda alguma coisa? Ela respirou fundo, e parecia estar tentando manter a calma, mas o tom dela estava carregado de um veneno que eu nunca imaginei que pudesse vir de algué