Beatriz tentou gritar, mas sua voz não saía. Seus músculos estavam fracos, e a escuridão ao redor parecia sufocante. A última coisa que lembrava era o jardim, a paz... e então tudo desmoronou.
A figura ao seu lado continuava ali, observando-a de perto. A silhueta era indistinta, mas o tom da voz soava familiar. Um arrepio percorreu sua espinha.
— Onde... estou? — ela conseguiu murmurar.
— No único lugar onde nunca deveria ter voltado. — A voz carregava um tom de satisfação.
Beatriz tentou se mover, mas seus braços estavam amarrados à cama hospitalar. O bip contínuo do monitor cardíaco marcava o ritmo da sua respiração acelerada.
— Quem... quem é você? — seus olhos se esforçaram para identificar a sombra.
A figura inclinou-se, revelando um rosto parcialmente iluminado pela luz fraca do quarto. Era alguém que Beatriz não via há anos. Alguém que deveria estar morto.
— Você não achou que sairia dessa tão fácil, achou? — disse a voz, com um sorriso cruel.
Beatriz sentiu o sangue gelar.
— I