70. Uma mentira (Vicente)
Tereza seu coração batia forte, num ritmo errático que a deixava furiosa. Como aquele homem ousava abordá-la? Com que direito achava que podia encostar nela daquela forma? Como ousava olhá-la com tamanha intensidade, como se tivesse algum direito sobre sua vida?
Mas o pior não era isso.
O pior era o calor que ainda dançava sob sua pele, a lembrança do toque dele, a sensação de que, de alguma forma, ele conseguia invadir seus sentidos sem sequer pedir permissão.
E agora ele queria que ela falasse?
Ela estreitou os olhos, contendo a raiva que pulsava dentro de si, lutando contra o nó em sua garganta. Havia algo que talvez ela precisasse contar, algo que estava preso em sua mente desde a noite anterior, mas… ele não merecia saber.
Não depois de tê-la acusado.
Não depois de ter ousado tocá-la daquele jeito.
Não depois de ter feito seu corpo reagir como se ela fosse dele.
Tereza ergueu o queixo, encarando-o com desafio.
— Não tenho nada para lhe dizer.
Os olhos dele bri