📖 Capítulo 8 – Oração e Silêncio
Ane deitou-se tarde naquela noite. A conversa com Moreno ainda ecoava em sua mente como uma melodia que, embora doce, trazia notas dissonantes. Amava aquele homem, não tinha dúvidas disso. Mas a lembrança do passado dele, somada à distância e às próprias inseguranças, voltava como um peso que não conseguia simplesmente ignorar.
A casa estava silenciosa. A filha já dormia, exausta após um dia cheio de leituras e trabalhos da faculdade de Direito. A mãe também descansava no quarto ao lado. Ane, sozinha, acendeu o pequeno abajur e pegou a Bíblia que repousava sobre a mesa. Respirou fundo, fechou os olhos e começou a orar.
— Senhor… Tu sabes o quanto esse sentimento tem transformado a minha vida. Tu sabes das minhas alegrias, mas também conheces os meus medos. Eu não quero viver na dúvida, Pai. Quero confiar, quero descansar. Ajuda-me a entender o Teu propósito nesse amor…
As palavras saíam entrecortadas por lágrimas. Ane segurava firme o livro aberto em