11. A Cabana e o lobo
PADGETT.
Acordei com o cheiro.
Era denso, quente… quase doce. Meu estômago se contorceu antes que eu tivesse qualquer pensamento consciente. Senti meu corpo reagir antes da mente: salivei, me remexi sob as cobertas grossas e, por um instante, não me lembrava onde estava.
Então veio a lembrança do frio, do penhasco, dos braços de Lorcan me carregando. Meu corpo dolorido. O peso da verdade.
Meu pai morto. Aiden no trono. E minha irmã… ao lado dele.
Fechei os olhos com força, mas não adiantou. As imagens continuaram ali. Como gelo congelando os ossos. Me forcei a sentar, com cuidado. O calor da lareira tocava minha pele como um bálsamo, mas meu corpo inteiro doía, cada músculo rígido, cada articulação sensível.
O tornozelo latejava como se ainda queimasse por dentro. A camisa que me cobria era larga, cheirava a madeira, couro e algo que lembrava floresta molhada.
A camisa dele.
Alfa Lorcan.
Observei a cabana à minha volta com mais atenção. As paredes eram de madeira maciça. Uma estant