Fizemos a refeição juntos, com o uso de poucas palavras. Ao terminarmos, o garçom vem retirar os pratos e avisa que logo a sobremesa será servida.
Decido dar continuidade da conversa, agora perguntando algo que já devia ter perguntado muito antes: — Vicente, você parece ter muitas experiências para alguém... relativamente jovem... — faço pequenas pausas para encontrar as melhores palavras para fazer a seguinte pergunta — Quantos anos você tem? — Tenho vinte e oito anos, ainda estou descobrindo o mundo. — Vicente responde com um sorriso. Eu tinha razão! O Vicente é jovem, não tem nem trinta anos. Onde eu estava com a cabeça para dar atenção a um rapaz com esta idade?! Sei que fiz algumas caretas de surpresa e decepção ao ouvir a resposta dele, ajeito-me na cadeira para transparecer estar bem. — Você... É muito jovem. — é difícil esconder o desconforto na voz. — Isso importa? — é a primeira vez que sinto ironia na voz do rapaz. — Não... Não deveria. — falo com hesitação. Vicente estende as mãos sobre a mesa e segura as minhas mãos, na intenção de me tranquilizar: — Idade é apenas um número, Lana. — ele continua — O que importa é a conexão entre nós. Puxo as minhas mãos para o meu corpo, de maneira nervosa: — É difícil não pensar nisso. Sete anos de diferença... — resmungo — parece muito. Vicente inclina-se e fala de forma suave: — Deixe que eu mostre que idade não importa. O meu olhar vai para a parede atrás de Vicente, a minha voz denuncia a indecisão: — Não sei, Vicente. Eu preciso pensar. Sou surpreendida com um sorriso ardiloso nos lábios de Vicente, em seguida o comentário: — Sete anos? Isso é apenas uma receita para a felicidade! Você traz experiência e eu trago energia. — Você acha que é engraçado? — reviro os olhos. — Claro! Eu sou jovem o suficiente para não saber que não devo flertar como uma mulher linda como você. Mordo o lábio inferior para conter um sorriso. O Vicente sabe muito bem como usar as palavras. — Você é perigoso, Vicente. — continuo — Me prometa que não vai me chamar de "Minha Rainha" e nem "Minha experiente"? Vicente levanta a mão e jura: — Prometo! A não ser que você queira. ..... [...] Em um momento de silêncio, o Vicente olha profundamente nos meus olhos e diz: — Você sabe, desde o momento em que te conheci, não consigo parar de pensar em você. Pela centésima vez nesta noite, sinto um rubor em meu rosto e sorrio: — E o que exatamente você pensa? Vicente se inclina na mesa, dizendo num tom baixo: — Pensamentos que não são adequados para um restaurante. — Talvez eu queira ouvir. — digo em um tom provocativo. — O que você tem em mente para o restante da noite? — Vicente pergunta curioso. — Ainda há muito para explorar na cidade... — digo com um sorriso travesso — ou talvez em você. Vicente sorri malicioso. — Estou intrigado. Qual é o seu plano? — O que acha de sairmos daqui para descobrir? Vicente faz um aceno com a mão para chamar o garçom, quando ele se aproxima o rapaz pede: — Traga a conta, por favor. ..... Nem saímos do restaurante e não me contenho em virar-me para o Vicente e beijá-lo intensamente. Vicente reage ao beijo, me envolvendo em seu braços fortes. O mundo parece desaparecer ao nosso redor, enquanto me perco na paixão. O beijo chega ao fim, mas ainda temos os nossos corpos juntos. — Quero mais. — arfo. — Eu também. — Vicente concorda e une nossos lábios novamente em um beijo urgente. Percebo que o Vicente afasta uma das mãos e começa a tatear o bolso de sua calça, em seguida escuta o som do alarme do carro sendo destravado. — Adoro que você seja uma mulher experiente, Lana. Sabe exatamente o que quer e como conseguir. — Vicente diz quando o beijo chega ao fim. — Você gosta disso, não é? — Muito. Você tem pegada e isso está me deixando louco. Aproximo os nossos rostos e sussurro: — E você me deixa curiosa, Vicente. — continuo — Curiosa para descobrir o que mais você tem a oferecer. Os olhos de Vicente brilham de prazer: — Eu tenho muito a oferecer. E quero compartilhar tudo com você. — ele me puxa novamente para um beijo voraz. O clima esquenta ainda mais e torna-se difícil se controlar no estacionamento do restaurante. Vicente se afasta um pouco e olha nos meus olhos: — Vamos para a minha casa? Está perto daqui. Concordo com um aceno. Entramos em nossos carros, pois viemos separados. O Vicente sai primeiro e vou logo atrás, seguindo-o.