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Começo de um Desastre

Capítulo 5

Emily vivia como se estivesse presa dentro de um conto feito de promessas silenciosas. Adrian parecia perfeito aos seus olhos: bonito, atencioso quando queria, confiante demais para alguém tão jovem. Tinha aquele jeito Muleque, que a fazia sorrir sem perceber. No fundo, Emily acreditava que era apenas questão de tempo até ele querer algo sério, até transformar tudo aquilo em um namoro de verdade.

Mas a realidade de Adrian era bem diferente.

Ele sentia algo por Emily, isso era inegável. Gostava da presença dela, do jeito calmo, do olhar sincero. Ainda assim, as festas falavam mais alto. A música alta, as risadas soltas, a bebida descendo fácil. Adrian saía sem ela, beijava outras bocas, passava de mão em mão como se nada tivesse consequências. Depois, vinha com desculpas, abraços apertados e promessas vazias. Ele queria mais do que Emily podia dar — e mais do que ela estava disposta a aceitar.

Com o passar dos meses, Emily mudou. Enquanto Adrian continuava vivendo as noites sem pensar no amanhã, ela se refugiava nos estudos. Passava horas imaginando o futuro, tentando construir algo só seu. A ideia de um estágio crescia dentro dela como um sonho possível, quase necessário. Tudo o que precisava era conversar com Adrian.

Mas Adrian já não era mais o mesmo.

Aquele garoto que um dia foi seu melhor amigo parecia ter desaparecido. Emily já não sabia se começar aquele namoro tinha sido a escolha certa. Mesmo assim, o amor a mantinha ali. Apaixonada demais para ir embora, cansada demais para fingir que não via os erros. As fofocas nunca paravam de chegar: Adrian com uma menina diferente, Adrian em mais uma festa, Adrian sendo sempre o mesmo.

Naquela tarde, Emily estava sentada no quintal de casa. O vento leve batia em seu rosto, mas não conseguia acalmar o turbilhão dentro do peito. Ela abraçava os próprios joelhos, tentando organizar pensamentos que insistiam em doer. Foi quando Adrian chegou.

— Oi, Emy — disse ele, se inclinando para beijá-la.

Emily virou o rosto e o empurrou de leve.

— Adrian… eu vou acabar me embebedando só com esse cheiro de cachaça.

Ele riu, como se fosse apenas uma brincadeira.

— Amor, não seja chata, Curte a vida. Cadê a garota divertida que eu conheci? — perguntou, erguendo as mãos.

Emily respirou fundo. O nó em sua garganta quase não a deixou falar.

— Aquela garota cresceu. Está pensando no futuro. E você deveria fazer o mesmo.

Ela se aproximou, segurou o rosto dele com cuidado. Suas mãos tremiam levemente.

— Adrian, vamos pensar em nós. Um namoro de verdade, um futuro. Eu gosto muito de você e quero fazer isso dar certo. Mas desse jeito… não dá.

Adrian a puxou para um abraço, tentando encerrar a conversa. Beijou seu pescoço, como sempre fazia quando queria escapar.

— Emy… você está mesmo disposta a tentar de verdade? A se tornar minha mulher?

Ela se afastou devagar, encarando-o com seriedade.

— Sim. Estou disposta. Mas só quando eu ver mudança em você. Só quando eu tiver certeza de que não vou me arrepender depois.

Eles se sentaram lado a lado. Emily respirou fundo e começou a falar, a voz carregada de esperança.

— Eu pensei muito… vou falar com seu pai.

Adrian franziu a testa, confuso.

— Pensou Oque? Falar com papai?

— Quero fazer estágio no escritório que era do meu pai — disse ela, os olhos brilhando.

Adrian se levantou de repente.

— Você não precisa disso, Emily. Meu pai te dá tudo. E eu não quero minha namorada enfiada num escritório cheio de machos.

As palavras atingiram Emily como um golpe. Seu coração apertou, e por um instante ela não conseguiu reagir. Não era isso que esperava ouvir. Não dele.

Ela passou a mão pelos cabelos, nervosa.

— Você não pode estar falando sério. Você sabe que esse é o meu sonho.

Adrian a interrompeu, frio.

— Estou falando sério. Eu não quero minha namorada trabalhando. Você não precisa disso. Isso é só capricho seu.

Sem esperar resposta, ele virou as costas e saiu.

Emily permaneceu ali, sozinha no quintal. Sentia o peito pesado, os olhos ardendo, mas nenhuma lágrima caía. O silêncio ao redor parecia gritar mais alto que qualquer discussão.

Onde estava aquele Adrian que um dia foi seu melhor amigo?

Porque aquele que acabara de ir embora… ela simplesmente não reconhecia mais.

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