Benjamim prendeu a respiração ao reconhecer a voz. Era Harper.
— Benjamim, sou eu, Harper. Por favor, não desligue! Preciso me explicar. Enzo me obrigou a fazer aquilo. Eu jamais te trairia, não tinha motivo para isso. Por favor, acredite em mim — disse ela, a voz embargada, como se estivesse chorando.
Benjamim manteve a calma, sua voz firme e controlada.
— Esse número é seu?
— Sim, mas você não pode me ligar. Se o Enzo descobrir que consegui falar com você, ele me mata. Preciso te encontrar para explicar tudo claramente.
— Tudo bem. Vou providenciar um encontro seguro para você — respondeu ele, sem deixar transparecer emoção.
— Obrigada, Benjamim. Muito obrigada! — A voz dela tremia. — E mais uma coisa: eu nunca deixei de te amar. Sempre te amei.
A ligação foi encerrada. Harper baixou o telefone, um sorriso astuto surgindo em seus lábios.
— Digno de um Oscar — murmurou para si, satisfeita.
No estacionamento, Benjamim olhou para o celular e salvou o número. Caio, que ouviu trechos da