Do lado de fora do hospital, o ambiente estava carregado de tensão. Lorena estava abraçada a Rick, sua respiração ainda ofegante, sentindo o calor do corpo dele confortando-a, mas também tentando afastar o medo do que havia acontecido dentro do hospital.
Eles estavam em pé na entrada, tentando se recuperar, quando um homem se aproximou. O som das suas botas pesadas no piso molhado ecoava enquanto ele se aproximava, e Lorena olhou para ele.
– Rick, meu amigo, se me permite, gostaria de conhecer a sua noiva. – Bruno disse, com um sorriso amistoso, mas cansado.
– Claro, meu amigo. Bruno, essa é Lorena. – Ele colocou a mão nas costas dela, quase como se a estivesse protegendo.
– Lorena, prazer em te conhecer, apesar das circunstâncias tão... difíceis. – Ele estendeu a mão. Ele parecia tão cansado quanto todos os outros, mas havia algo reconfortante na sua presença.
– Prazer em conhecê-lo também, Detetive Bruno. – Lorena, com um sorriso tímido, ainda pr
No caminho de volta para a casa de Rick, Lorena se sentia um pouco mais calma.Lorena estava adormecida no banco do carro, o som suave dos pneus rolando sobre o asfalto quebrava o silêncio da manhã. O ar fresco que entrava pela janela do carro tinha um leve cheiro de chuva, e a cada curva, o silêncio era apenas interrompido pelo som suave da respiração de Lorena. Ela estava em um sono profundo, provavelmente ainda abalada pelos acontecimentos do hospital.Quando o carro finalmente parou em frente à casa de Rick, ele não hesitou. Rick a pegou no colo, sentindo o peso dela em seus braços, e a carregou para dentro da casa. A casa estava silenciosa, com apenas a luz suave das janelas iluminando o caminho até o quarto. Rick a deitou cuidadosamente na cama, e, ao perceber que ela ainda estava profundamente adormecida, decidiu acordá-la com suavidade.— Meu amor, chegamos em casa. — A voz de Rick foi suave, quase como um sussurro.Lorena, ainda com os olhos semi
Ao entrar no escritório, o cheiro de couro velho e madeira polida o envolveu, misturando-se ao leve aroma do tabaco que sempre o acompanhava. Rick se aproximou da mesa de mogno, pegou uma garrafa de whisky e serviu-se generosamente. A bebida desceu quente pela sua garganta, mas não ofereceu o alívio que ele procurava. Sem pressa, acendeu um cigarro, o cheiro do tabaco misturando-se ao do whisky e preenchendo o ar. Ele tragou profundamente, deixando a fumaça escoar lentamente de seus pulmões, os olhos fixos nos papeis sobre a mesa. Os pensamentos eram como pedaços dispersos de um quebra-cabeça, difíceis de conectar. Ele tentava entender o que realmente aconteceu no hospital, o que realmente estava em jogo.O som de um leve toque na porta interrompeu seus pensamentos. Ele não se virou de imediato, apenas levantou a cabeça.— Pode entrar. — A voz de Rick foi grave, sem emoção, como uma cortina de fumaça, apagando qualquer traço de dúvida ou cansaço.A porta se abri
Rick não resistiu e a puxou para um abraço apertado, enterrando o rosto nos cabelos dela e beijando sua cabeça com carinho.— Meu amor, eu te amo tanto. Nem imagino viver sem você. Eu estava desesperado já. — Ele sussurrou, seus braços apertando Lorena de uma forma que parecia proteger, mas também exprimir todo o amor e a dor que ele sentia.Lorena, ainda um pouco emocionada, olhou para ele com ternura.— Eu também tive muito medo, amor. Eu te amo. — Ela disse, com um suspiro, enquanto ele a mantinha em seus braços. — Agora vai se vestir, estou morrendo de fome.Rick soltou um sorriso, percebendo a mudança de foco de Lorena, mas sabia que ela estava precisando desse momento mais leve.— Imagino que esteja com fome, dormiu o dia todo praticamente. — Ele disse, a voz suave, mas com uma leve diversão.Lorena riu suavemente, dando um empurrão carinhoso nele.— Então preciso me alimentar bem, né? — Ela disse, com um sorriso travesso.<
Rick, com os olhos fixos nela, hesitou por um momento. Ele sabia que essa pergunta poderia abrir antigas feridas, mas não havia mais como evitar.— Melissa foi... — Ele começou a falar, mas foi interrompido por Lorena, que, com um tom mais exigente, falou.— Nem pense em mentir, me fale a verdade. Quem foi ela? O que você fez com ela? — A impaciência em sua voz era clara, o tom desafiador.Rick a olhou com um suspiro. O peso de sua resposta seria mais um fardo a carregar, mas sabia que não havia mais como esconder.— Melissa foi uma vadia com quem eu transei algumas vezes. Mas ela disse que queria ser minha vadia exclusiva... Mas eu sempre deixei claro para ela que eu não queria um relacionamento. — Ele fez uma pausa, seu olhar se perdendo no vazio por um momento. — Mas os dias passaram, e ela sempre estava disponível para mim.Lorena o olhou com uma mistura de raiva e decepção.— E o que mudou? — Ela perguntou, com a voz baixa, mas cortante
Rick olhou para Lorena, ainda tentando processar a decisão dela. Seu olhar estava mais sério do que nunca, uma leve fumaça de seu cigarro ainda se dissipando no ar do escritório. O silêncio entre eles foi pesado, até que ele finalmente falou:— Lorena, tem certeza? — Sua voz baixa refletia a preocupação genuína que ele sentia.Lorena, com a expressão firme e decidida, olhou diretamente nos olhos dele, sem hesitar.— Absoluta. — Ela respondeu com convicção, seus olhos brilhando com uma intensidade perigosa.Rick soltou um suspiro, claramente surpreso com a força da decisão dela. Ele já sabia que Lorena era determinada, mas nunca imaginou que ela fosse tomar o controle de uma maneira tão drástica.— Tudo bem, daqui a dois dias você começa as aulas. — Ele falou, tentando manter a calma.Lorena se aproximou um pouco mais de Rick, seus passos leves no chão de madeira do escritório. Ela cruzou os braços com um sorriso leve nos lábios, mas com uma
Rick saiu do escritório e se dirigiu à cozinha, onde o ambiente estava silencioso. Ele se sentou em uma das cadeiras da cozinha e, enquanto isso, Lorena estava no quarto, terminando de se arrumar para o treino. Ela optou por uma roupa de academia, simples, mas que desenhava bem sua figura. Quando ela entrou na cozinha, Rick levantou os olhos e a observou de cima a baixo, notando cada detalhe de sua aparência.— Porra, Lorena, você vai treinar com essa roupa? — Ele comentou, a surpresa e admiração misturadas em sua voz.Lorena, com um sorriso travesso, olhou para ele, se aproximando lentamente.— Sim, meu amor. Qual o problema? — Ela perguntou, se apoiando na bancada da cozinha, com um olhar provocante.Rick estava sentado, mas ao vê-la se aproximar, puxou-a gentilmente para se sentar em seu colo. Ela colocou uma perna de cada lado dele e o olhou com um sorriso, já sabendo o que ele queria dizer.— O problema é esse aqui, meu amor. — Ele disse, sua
Lorena engoliu em seco, a dor da situação aflorando em seu peito.— Rick, e você não tem família? — Ela perguntou, a surpresa evidente em sua voz.Rick a olhou com uma tristeza sutil, um olhar que ela raramente via nele. Era uma verdade difícil de engolir.— Não, meu amor. Meus pais morreram há muitos anos e sou filho único. Sempre fui sozinho, cruel, frio, impiedoso. Todos me temiam. Mas isso mudou quando você apareceu.... Você era, ainda é difícil, tem uma língua afiada, teimosa, ao mesmo tempo inteligente e encantadora.... Eu lutei por você, tive que ser paciente. Você me tornou humano novamente. Posso está sendo egoísta, mas, você é a única coisa boa na minha vida. Você me mantém vivo. — Ele pegou as mãos dela e as segurou com força. — Por você, eu vou matar todos no meu caminho, para te manter segura. Eu te amo, e você sempre será minha garotinha.Lorena sorriu fraco, o peito apertado com as palavras dele.— Eu te amo, Rick. Você me faz muito
A cada soco, ela se lembrava do que havia acontecido com Matt e de como queria reverter aquela situação, fazer justiça. Seus punhos, ao se fecharem com força, eram uma manifestação de tudo o que ela queria expressar. Ela não queria mais ser vulnerável, ela queria controle, ela queria poder.Saulo a observava com um olhar atento. Ele sabia que ela não estava apenas treinando para defender a si mesma. Ela estava treinando para lidar com o que havia em sua mente, para encontrar a paz através da ação.Após alguns minutos de intensos socos, Saulo fez uma pausa e se aproximou, colocando a mão em seu ombro.— Está indo bem, Lorena. Agora vamos tentar o chute. O seu corpo precisa estar mais coordenado, mas você já está no caminho certo. — Ele a encorajou, com uma leve expressão de orgulho.Lorena assentiu, mais determinada do que nunca, e se preparou para os próximos movimentos.O treino continuou, agora com foco nos chutes, que exigiam mais equilíbrio e c