O quarto estava silencioso, exceto pelo som ritmado da respiração de Rick, que se misturava ao tique-taque do relógio na parede. O cheiro de antisséptico dominava o ambiente, contrastando com a leve fragrância amadeirada do perfume dele, ainda impregnado nos lençóis.
Gustavo observava o chefe, pálido e inconsciente, os lençóis brancos parecendo ainda mais claros contra a pele ligeiramente suada. A ferida estava bem tratada, mas o efeito do sangue perdido ainda estava ali.
Ele soltou um suspiro antes de perguntar, sem tirar os olhos de Rick:
— Ele vai ficar bem?
Lorena terminava de organizar os materiais que usou para cuidar do ferimento. Ainda sentia os dedos ligeiramente trêmulos — talvez pelo estresse, talvez pelo que aquela situação toda lhe causava internamente.
— Sim, ele vai ficar bem. — Sua voz saiu firme, profissional. — Ele só precisa de descanso e uma boa alimentação.
Gustavo assentiu, cruzando os braços.
— Obrigado.