Narrado por Maitê
Uma vez, ouvi dizer que “quando as decepções surgem umas atrás das outras, a tristeza passa a fazer parte da nossa rotina.” E eu nunca tinha ouvido uma frase que fizesse tanto sentido quanto agora. A dor parecia algo que eu já esperava, um espectro constante que me acompanhava em cada passo, como se fosse parte de mim, do meu ser.
A última coisa que me lembro foi do Lorde segurando minhas mãos, pedindo para eu não fechar os olhos, mas a escuridão que me chamava parecia mais convidativa. O silêncio que se seguia me trazia uma paz que eu não sentia há muito tempo. A ideia de escapar, de não sentir mais nada, me parecia a única solução.
Mas enquanto estava inconsciente, algo mudou. Uma cena apareceu diante de mim, vívida, como se fosse real. Eu me vi diante de uma casa, uma casa que parecia tão familiar, embora eu soubesse que nunca a tivera. Ao entrar, vi minha mãe e meu irmão sentados à mesa, rindo e conversando. Eles olhavam para mim, sorrindo, como se esperassem al