Adalberto observou a postura de Leandro e realmente temeu que ele pudesse beber até morrer.
Lembrando que, no passado, foi ele quem aconselhara Leandro a se divorciar, e agora que Marília ia se casar, vendo Leandro naquela situação decadente, sentiu uma ponta de culpa.
— Casar e depois se divorciar é possível. Ela ainda não se casou, você só precisa reconquistá-la! — Sugeriu Adalberto, como amigo. — Aquele namorado dela não é do meio artístico? Pelo que sei, nesse meio, poucos são limpos. Dá uma olhada no passado do Cipriano. Mesmo que o passado dele seja limpo, você pode usar uns truques para fazê-lo desistir. É fácil. Eu posso te ajudar.
Leandro olhou para Adalberto, colocou o copo de lado, pegou seu maço de cigarros e o isqueiro, acendeu um cigarro, deu uma tragada e soltou a fumaça enquanto, com a voz rouca e sombria, disse:
— Mesmo que ela termine com o Cipriano, ela não vai querer voltar comigo. Ela me viu como um traidor, me odeia, acha que sou sujo. Não vai me aceitar de volta.