Domenic Castellano, herdeiro de uma poderosa família mafiosa italiana, foi abandonado aos cinco anos junto com sua irmã bebê, Sofia, em uma mansão isolada sob os cuidados do fiel mordomo Vittorio. Desde cedo, Domenic foi forçado a aprender a lutar para sobreviver.
Ler maisNos corredores silenciosos da majestosa mansão Castellano, cujas paredes de pedra testemunhavam séculos de glória e obscuridade, o mordomo Vittorio percorria seu caminho com a elegância de um monarca solitário em seu reino sombrio. Seu rosto, esculpido pelas rugas do tempo e pela dor silenciosa, refletia a serenidade de quem conhecia os segredos mais profundos daquele lugar.
Desde os tempos imemoriais, a mansão Castellano era o epicentro do poder e da intriga na região, um bastião sombrio onde as lealdades eram tão frágeis quanto a própria vida. E, no coração desse império de trevas, estava a família Castellano, cujo nome ecoava como um sinônimo de terror e respeito. Foi nesse cenário de grandiosidade e desolação que Giovanni e Isabella Castellano, os soberanos daquela fortaleza, tomaram uma decisão que moldaria o destino de seus filhos para sempre. Com apenas cinco anos de idade, Domenic, o primogênito, e sua irmã mais nova, Sofia, foram deixados aos cuidados de Vittorio, o fiel mordomo que há décadas servia à família com devoção inabalável. Longe dos olhos curiosos do mundo exterior, a mansão Castellano erguia-se como uma fortaleza intransponível, isolando Domenic e Sofia do tumulto do mundo lá fora. Sob o olhar vigilante de Vittorio, os dois irmãos foram criados entre os salões imponentes e os jardins sombrios da mansão, onde cada sombra parecia ocultar segredos insondáveis. Enquanto o tempo passava e as estações mudavam, Domenic crescia sob a sombra opressiva da herança de sua família. Seus primeiros passos no mundo sinistro da máfia foram guiados pela mão firme de Vittorio, que, apesar de sua fidelidade inabalável, não podia evitar sentir uma pontada de pesar ao ver a inocência de Domenic ser corrompida pelas trevas que o rodeavam. E, no centro desse turbilhão de mistério e intriga, Vittorio permanecia como uma figura solitária e enigmática, um guardião das sombras que envolviam os destinos entrelaçados dos Castellano. Enquanto os dias se transformavam em anos e os segredos se acumulavam como poeira nas velhas tapeçarias da mansão, ele permanecia como o último bastião de esperança em meio à escuridão que ameaçava consumir tudo à sua volta. Foi assim que, na quietude sepulcral da mansão Castellano, os destinos de Domenic, Sofia e Vittorio se entrelaçaram de forma indissolúvel, lançando-os em um abismo de mistério e perigo do qual não havia retorno. E, enquanto o mundo lá fora continuava sua marcha implacável em direção ao desconhecido, eles permaneceram, prisioneiros de um passado que se recusava a ser esquecido e de um futuro que ainda estava por ser escrito. Vittorio, Domenic chamou, sua voz ecoando pelos corredores silenciosos da mansão. — Preciso falar com você. Vittorio ergueu os olhos do livro antigo que lia, seu olhar penetrante fixando-se no jovem herdeiro da família Castellano. — Em que posso ajudá-lo, senhor Domenic? — sua voz era calma e serena, como sempre. — Eu... eu tive um sonho estranho esta noite, — Domenic começou, lutando para articular as palavras que se agitavam em sua mente. — Parecia tão real, como se... como se fosse um aviso. Vittorio observou-o com atenção, seus olhos expressando uma mistura de curiosidade e preocupação. — E o que você viu nesse sonho, senhor Domenic? Domenic hesitou por um momento, relutante em compartilhar os detalhes perturbadores de sua visão. — Vi... vi sangue, muitos rostos... e uma sombra que parecia me seguir em todos os lugares. Vittorio assentiu lentamente, compreendendo a gravidade da situação. — Sonhos são janelas para o subconsciente, senhor Domenic. Talvez seja melhor não ignorar esse aviso. A escuridão que nos cerca pode ser mais perigosa do que imaginamos. Domenic engoliu em seco, sentindo o peso das palavras de Vittorio se abater sobre ele como um manto sombrio. — Eu sei, — ele murmurou, seu coração apertado por um pressentimento de inquietação. — Mas o que podemos fazer para enfrentar essa escuridão, Vittorio? Como podemos proteger o que é nosso? Vittorio olhou para ele com uma intensidade que fez Domenic se arrepiar. — Devemos estar vigilantes, senhor Domenic. E nunca esquecer que, no jogo das sombras, a verdadeira batalha é aquela que travamos dentro de nós mesmos. Domenic assentiu, sabendo que as palavras de Vittorio continham uma sabedoria antiga que transcendia o tempo e o espaço. — Obrigado, Vittorio, — ele disse, sentindo-se reconfortado pela presença do mordomo ao seu lado. — Eu... eu não sei o que faria sem você. Vittorio sorriu, um sorriso que continha tanto mistério quanto compaixão. — Você nunca estará sozinho, senhor Domenic, — ele disse suavemente. — Enquanto eu estiver aqui, estarei sempre ao seu lado, guardando as sombras que nos rodeiam. E, com essas palavras sussurradas no vento da noite, os dois se separaram, cada um mergulhando em seus próprios pensamentos e medos enquanto a escuridão da mansão Castellano os envolvia mais uma vez.Domenic, agora com 20 anos de idade, tinha se tornado uma figura proeminente na máfia Bartoli. Seu talento e habilidade o haviam elevado ao posto de braço direito de Alex Bartoli, que se tornara o novo capo da família. Os anos de treinamento e experiência haviam moldado Domenic não apenas fisicamente, mas também em termos de liderança e estratégia.Na véspera da cerimônia em que Alex seria oficialmente entronizado como capo, Domenic estava ocupado coordenando os últimos preparativos. Ele era conhecido dentro da família como "O Executor", um título conquistado por sua habilidade em resolver problemas de forma decisiva e eficaz.Na manhã da cerimônia, enquanto supervisionava a segurança e a logística do evento, Domenic avistou Lorenzo, seu antigo mentor, entre os convidados. A lembrança das palavras não cumpridas de Lorenzo ainda queimava em sua mente. Quando Lorenzo se aproximou com um sorriso amistoso, Domenic se manteve reservado e frio.— Domenic, meu rapaz, como você cresceu — diss
Domenic mergulhou profundamente nos ensinamentos da família Bartoli. Sob a tutela do pai de Alex, ele absorveu cada lição com dedicação implacável, transformando a dor de seu passado em uma força motriz para seu futuro. Seus dias eram preenchidos com treinamentos árduos, estudos de estratégia e imersão nos códigos de honra da máfia.Enquanto isso, o espectro de Enzo Rivale pairava sobre ele como uma sombra ameaçadora. Domenic não sabia quando ou como o confronto aconteceria, mas sabia que estava se preparando meticulosamente para esse dia inevitável. Cada músculo treinado, cada estratégia planejada, era uma preparação silenciosa para o embate que mudaria o curso de sua vida mais uma vez.Nos momentos de solidão, Domenic refletia sobre o que tinha perdido e o que ganhara desde que escapara da prisão de Enzo. Ele sentia uma profunda gratidão pela família Bartoli, que o acolhera quando ele mais precisava. Alex tornara-se mais do que um amigo; era um irmão de armas, um companheiro cuja co
Domenic e Alex avançaram pelos corredores da mansão Bartoli com cautela, observando cada movimento ao seu redor. A atmosfera ali era diferente da prisão sufocante da máfia Rivale; havia uma tensão controlada, uma ordem que pairava no ar como um manto.O pai de Alex, Don Bartoli, os esperava em seu escritório. Era um homem de presença imponente, com olhos que pareciam ler a alma de qualquer um que entrasse em sua sala. Ele recebeu Domenic com um aceno calmo, mas penetrante, como se soubesse exatamente quem ele era e o que havia passado.— Alex me contou sobre você, Domenic — disse Don Bartoli, sua voz profunda e tranquila.— Você passou por muitas provações. Está seguro aqui agora.Domenic assentiu, sentindo um misto de alívio e tensão. Ele sabia que ainda não estava totalmente seguro, mesmo sob a proteção de Bartoli. A vida na máfia era implacável, e ele havia aprendido da pior forma o que acontecia com aqueles que abaixavam a guarda.— Obrigado por me acolher, Don Bartoli. Prometo qu
Cinco anos haviam se passado desde que Domenic fora capturado pela máfia Rivale. O tempo transformara-o de um jovem inocente em uma sombra coberta de cicatrizes físicas e emocionais. Cada dia era uma luta pela sobrevivência, uma batalha constante contra a dor e o desespero. Ele se tornara frio e distante, suas emoções seladas dentro de uma armadura de indiferença.Naquele dia fatídico, algo dentro de Domenic se quebrou. Ele sentiu a fúria borbulhando sob a superfície, uma energia pulsante que ansiava por ser liberada. Era como se um animal enjaulado finalmente tivesse encontrado uma brecha para escapar.Em um acesso de fúria e desespero, Domenic começou a lutar. Cada golpe, cada movimento era impulsionado pela dor e pela raiva acumuladas ao longo dos anos. Ele avançou pelos corredores escuros da prisão, enfrentando os capangas da máfia Rivale com uma ferocidade que surpreendeu até a si mesmo.Os corredores ecoavam com o som dos gritos e dos gemidos dos homens que se atreviam a cruzar
Três anos haviam se passado desde que Domenic e Alex foram capturados pela máfia Rivale. O tempo parecia ter congelado naquela prisão escura e sufocante, onde a esperança era um luxo que não podiam mais se dar ao luxo de ter. Domenic, agora com 10 anos de idade, sentia-se como se tivesse vivido uma vida inteira naquele lugar infernal. Ao longo dos anos, ele e Alex haviam montado inúmeros planos de fuga, mas todos haviam fracassado. Enzo e seus capangas eram implacáveis, e qualquer tentativa de escapar era rapidamente frustrada. Mas Domenic se recusava a desistir. Ele lembrava da promessa de Lorenzo, de que um dia viriam buscá-lo. Mas no fundo de seu coração, ele sabia que aquela promessa era vazia, tão vazia quanto as sombras que o cercavam.Naquela noite, Domenic e Alex finalmente decidiram que era hora de tentar novamente. Eles haviam planejado meticulosamente cada detalhe, esperando pela oportunidade perfeita para escapar. Mas, como sempre, o destino tinha outros planos.Enquan
Domenic acordou deitado no chão frio e úmido da cela. Seus músculos doíam, e seu corpo estava coberto de hematomas e feridas que não tinham tido tempo de cicatrizar. Ele sabia que havia passado semanas naquela prisão infernal, um período de tortura e sofrimento que parecia interminável.Enquanto lutava para se levantar, ele notou uma figura na cela à sua frente. Era um homem jovem, talvez com uns 20 anos, com o corpo marcado por cicatrizes. O olhar do homem era intenso e indecifrável, observando Domenic com uma curiosidade mista com desconfiança.Domenic sentiu uma estranha conexão com aquele homem. Ambos estavam presos naquele lugar terrível, ambos sofrendo nas mãos de Enzo e da máfia Rivale. Decidido a quebrar o silêncio, Domenic levantou a cabeça e falou, sua voz rouca e fraca.– Quem é você? – perguntou Domenic, forçando-se a manter a voz firme.O homem hesitou por um momento antes de responder.– Meu nome é Alessandro, mas pode me chamar de Alex – disse ele, sua voz grave e firme
Último capítulo