O silêncio da sala foi quebrado por uma risada seca.
Lilibet virou-se devagar, o olhar cortante, e perguntou com ironia:
— Como assim “já amo”? — a voz dela soou alta demais para o ambiente tranquilo. — Esses bebês nem são teus, Evy. Quem tem que amar é o Leon, e não você.
Evy a olhou, serena, mas com um brilho firme no olhar.
— O amor, Lilibet, não é posse. É empatia, é respeito pela vida. — Ela pousou o olhar na tela do ultrassom, onde os dois pequenos corações continuavam a pulsar. — Mesmo que não sejam meus filhos, eles não têm culpa das escolhas erradas dos adultos.
Lilibet bufou, revirando os olhos. — Ah, por favor… poupe-me desse discurso de santa. Você nunca gostou de mim e eu também nunca fiz questão de gostar de você.
A médica tentou disfarçar o constrangimento, trocando o tom de voz. — Bem, Lilibet, nós terminamos aqui. Eu vou imprimir as imagens e o laudo.
Leon continuava em silêncio, observando cada palavra.
Seu semblante, porém, mudava a cada segundo — o desprezo evident