Hadassah respirou fundo, sustentando o olhar como quem tenta blefar até a última ficha. As algemas tilintaram quando ela ajustou as mãos na mesa, os dedos apertando o metal como se pudessem quebrá-lo. O queixo erguido tentava esconder o tremor leve na base da mandíbula.
— Quero anistia, poder voltar para os Estados Unidos… e cinco milhões de dólares.
O riso de Isabela quebrou o ar como vidro. Não foi elegante nem discreto; foi alto, debochado, cheio de escárnio.Ela se inclinou levemente para frente, cotovelos apoiados na mesa, o olhar fixo como quem mira um alvo antes de puxar o gatilho.
— Eu te dou um pão no café da manhã… e outro no jantar.
Zayn virou o rosto para ela, quase sorrindo, antes de voltar o olhar frio para Hadassah.
— Ou… eu acrescento “tentativa de assassinato” na sua ficha e a gente vê se sobra pão. Escolhe.
O tom dele não subiu, mas o peso das palavras fez Hadassah desviar os olhos por um segundo, encarando o canto da sala como se procurasse uma saída invisível.
Hadas