A sala de Isabela era mais quartel-general do que escritório. Lasmih ocupava a poltrona da frente com o notebook aberto e três janelas espelhadas em mosaico: planilha, e-mail e um app de chamadas criptografadas. Isabela, de mangas dobradas, percorria com o dedo um quadro branco cheio de setas e post-its. No centro, um nome: Hadassah Al-Zahra. Em volta, um círculo de pontos: cartão de acesso, Al-Dhahab, EUA, transferências.
— Começamos por onde ela caiu — disse Isabela, sem tirar os olhos do quadro. — E por quem jogou a corda.
— Feito — devolveu Lasmih, os dedos voando sobre o teclado. — Contato em Al-Dhahab atendendo agora.
A chamada abriu num homem de meia-idade, ghutra impecável, voz treinada para a diplomacia. Ele reconheceu o nome de Lasmih com uma cortesia curta e o de Isabela com uma curiosidade contida.
— Precisamos de registros públicos — foi direto Isabela. — E do que não é tão público também.
Um silêncio respirou dos dois lados da ligação; o contato decidiu cooperar.
— Hadas