O avião pousou em Al-Qadar sob um céu límpido, e o calor do deserto subiu da pista como um suspiro antigo. Assim que a porta se abriu, um vento morno trouxe consigo o cheiro conhecido de areia, especiarias e casa. Isabela sentiu as pernas tremerem. Não era cansaço — era a estranha vertigem de quem pisa no chão de um sonho.
Horas após a saída de Rashalah, Idris garantira um voo discreto pela pista leste; agora, o palácio amparava cada passo.
Elyas desceu por último, protegido por Kareem e dois seguranças. O rosto cavado, a barba por fazer, e os olhos — os mesmos olhos que ela herdara — brilhando por trás do cansaço. Quando os pés dele tocaram o solo do reino que o nomeara e perseguira, os ombros baixaram um pouco, como se o corpo enfim se permitisse acreditar.
Zayn avançou dois passos. O tom foi formal, mas o olhar, humano:
— Senhor Hurmatrah, mandei preparar um quarto. Banho quente, roupas, comida. Depois…
Elyas ergueu a cabeça, identificando postura e voz. Sorriu com uma delicadeza q