Capítulo 6

No sábado à tarde, o celular de Alicia vibrou com uma mensagem de Roberto:

“Almoço ou jantar? Ou fico aí o dia inteiro e a gente inventa os dois?”

Ela mordeu o lábio, o coração acelerado. Respondeu com um emoji de risada e a frase:

“Traz vinho. E fome.”

Poucas horas depois, Roberto chegou ao apartamento dela com um vinho tinto na mão e um sorriso no rosto. Usava uma camisa de linho clara com as mangas dobradas, e o perfume amadeirado que Alicia já reconhecia de longe. Ela o recebeu com um abraço apertado e um beijo demorado, que parecia selar a expectativa que ambos estavam carregando desde o último encontro.

— Essa casa já ficou melhor só com a sua presença — ele brincou, deixando o vinho na bancada da cozinha.

Alicia tinha preparado uma massa leve com legumes grelhados e queijo brie derretido. Os dois dividiram a cozinha, rindo, conversando, tomando vinho enquanto cozinhavam. Tudo fluía com leveza e desejo contido.

— Você cozinha assim sempre? — ele perguntou, provando um pedaço da abobrinha assada direto da colher dela.

— Só pra homens bonitos que sabem beijar bem — respondeu com um sorriso malicioso.

— Ainda bem que eu vim.

Almoçaram na varanda, conversando sobre infância, família, sonhos profissionais. Alicia contou do orgulho que tinha do próprio consultório, da equipe pequena, mas fiel, e das conquistas que teve desde a formatura. Ele ouviu com atenção, encantado.

Depois do almoço, lavaram a louça juntos, o que virou motivo para mais risadas e brincadeiras com espuma de sabão e respingos d’água. Até que ele a puxou pela cintura, molhada e risonha, e a beijou com intensidade. Alicia sentiu o calor invadir o corpo inteiro.

— E se a gente parar de fingir que não tá morrendo de vontade um do outro? — ele sussurrou no ouvido dela, com a voz grave e firme.

Alicia apenas segurou a mão dele e o levou para o quarto.

Ali, o tempo desacelerou.

As roupas caíram como folhas ao vento, cada peça arrancada entre beijos famintos e mãos ávidas. Roberto não tinha pressa — ele a despiu com dedos que queimavam, explorando cada curva como um homem decifrando um mapa do tesouro. Quando seus lábios encontraram o pescoço de Alicia, ela arqueou contra ele com um gemido rouco, as unhas cravando em suas costas.

— Você tem ideia do que me faz sentir? — ele sussurrou, a voz áspera contra sua pele, enquanto seus dedos desciam pela coluna dela, fazendo ela tremer.

Alicia não respondeu com palavras. Em vez disso, o agarrou pelo cabelo e puxou seus lábios para os dela, a língua invadindo sua boca com uma urgência que dizia tudo. Ele riu baixo, o som vibrante contra seus lábios, antes de empurrar ela contra a cama.

— Vou te devorar todinha — prometeu, os olhos escuros ardendo de possessividade.

E cumpriu.

Deitada sob ele, Alicia sentiu seu corpo responder como nunca antes — cada toque, cada mordida, era como eletricidade a percorrendo. Quando ele a virou de bruços, suas mãos firmes agarrando seus quadris, ela soube exatamente o que vinha a seguir.

— Assim...? — ela provocou, olhando por cima do ombro com um sorriso malicioso.

—Exatamente assim — ele rosnou, entrando nela num movimento fluido que fez os dois gemerem em uníssono.

Era impossível não comparar. O jeito como ele se movia — profundo, depois devagar, depois com uma rotação dos quadris que a fazia ver estrelas— era quase tão bom quanto o homem misterioso da Grécia. Quase. Mas havia algo diferente aqui... algo que ia além do físico.

Roberto parecia ler seus pensamentos.

— Esquece tudo, gata — ele ordenou, suas mãos agarrando seus seios enquanto seus quadris batiam contra ela. — Hoje você é só minha.

E ela obedeceu.

As posições mudavam, mas a intensidade não. De quatro, ele a dominava com estocadas que a faziam gritar. De frente, ele a beijava profundamente, seus corpos colados, suor se misturando enquanto ele murmurava palavras sujas em seu ouvido. E quando ele a puxou por cima, Alicia não hesitou — ela cavalgou nele com um ritmo que o fez perder o fôlego, seus seios balançando, os cabelos grudados no rosto corado.

— Você é perfeita — ele gemeu, as mãos apertando sua cintura. — Tão gostosa... tão minha.

O orgasmo a atingiu como um raio, seu corpo tremendo violentamente, e ele não durou muito mais — com um gemido rouco, ele a puxou contra si, explodindo dentro dela enquanto seus dentes cravavam em seu ombro.

Exaustos, os corpos colados, ele a envolveu em seus braços.

— Se for um sonho, não quero acordar — ele murmurou, os lábios em seu cabelo.

Alicia sorriu, algo quente e desconhecido borbulhando em seu peito.

---

Mais tarde naquele dia, Alicia preparou um café da tarde improvisado. Roberto estava sentado no sofá, sem camisa, os cabelos ainda bagunçados e um sorriso preguiçoso no rosto. Ele observava cada movimento dela como se fosse um espetáculo particular.

— Você fica linda de camiseta e calcinha pela casa. — comentou, fazendo ela rir e corar.

— E você fala como se tivesse nascido sedutor — retrucou ela, colocando uma caneca na frente dele.

— Talvez eu tenha nascido mesmo. Só estava esperando a mulher certa pra usar esse talento.

Alicia sentou ao lado dele, puxando as pernas para cima do sofá. Ficaram ali, trocando carinhos, conversando sobre séries, livros, música, rindo juntos como dois adolescentes se descobrindo.

Depois de um tempo, o clima se intensificou de novo. Ele passou os dedos pela coxa dela devagar, a olhou como quem pede permissão e desejo ao mesmo tempo.

— Ainda não tive o suficiente de você. — sussurrou.

Ela apenas o beijou.

Fizeram amor ali mesmo, no sofá, com o sol da tarde entrando pela janela. Era como se o mundo lá fora tivesse sumido, restando só os dois — corpos suados, beijos urgentes, prazer compartilhado em silêncio e suspiros.

No fim do dia, quando ele enfim precisou ir embora, Alicia o acompanhou até a porta. O beijo de despedida foi demorado, cheio de promessas que ainda não tinham forma, mas estavam ali.

— Vou pensar em você o tempo todo — ele disse, tocando o rosto dela com os dedos quentes.

— Eu também, Roberto.

Ela fechou a porta e encostou-se a ela, sorrindo sozinha. Aquela sensação boa dentro do peito, quente e serena, era diferente de tudo que já sentira.

Lá fora, no elevador, Roberto também sorria. Pensando nela, lembrando do cheiro do travesseiro, do riso gostoso dela, da forma como se encaixaram sem esforço.

Era só o começo, mas ambos já sabiam: o que estava nascendo ali não era qualquer coisa.

Era intenso. Era verdadeiro.

E, para o destino que os aguardava… perigosa e ironicamente inevitável.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
capítulo anteriorpróximo capítulo
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App