Um mês havia se passado desde o casamento. Para quem olhava de fora, Alicia e Roberto pareciam um casal perfeito. Sorrisos em público, beijos em reuniões de família, fotos postadas nas redes sociais. A fachada estava preservada, sólida, respeitável. Mas por dentro… as rachaduras seguiam se aprofundando, disfarçadas pela rotina.
Alicia se obrigou a focar no trabalho. Seu consultório era o único lugar onde ela conseguia respirar sem sentir o peso da culpa esmagando seu peito a cada segundo. As consultas, os pacientes, as anotações, o som do teclado, tudo isso era como um refúgio — não uma cura, mas uma fuga temporária.
E com o tempo — esforço consciente, rígido e disciplinado —, ela começou a se convencer de que podia salvar aquele casamento. Pela primeira vez desde a volta da lua de mel, ela conseguiu deitar ao lado de Roberto e se entregar sem precisar fechar os olhos e imaginar João.
Foi uma noite de amor delicada, romântica. Roberto tinha um jeito protetor, apaixonado. Ele tirou