O sol da Grécia se derramava generoso sobre as praias e as ruas estreitas de paralelepípedo, mas nada conseguia aquecer o peito de Alicia. Estava ali, naquele cenário de sonho, ao lado de um homem bom, gentil, apaixonado, que não media esforços para fazê-la feliz. E ainda assim… havia um vazio em seus olhos que nem mesmo o céu azul infinito conseguia esconder.
Roberto fazia de tudo para ela sorrir. Reservava jantares em restaurantes charmosos à beira-mar, organizava passeios de barco por ilhas escondidas e tirava mil fotos deles juntos, como um casal apaixonado em lua de mel. Mas era só ele olhar de verdade dentro dos olhos dela e perceber: algo não estava certo.
Alicia tentava. Tentava muito. Se arrumava, passava batons delicados nos lábios, usava vestidos leves, sempre soltos no corpo. Nos passeios, forçava sorrisos, respondia carinhos, segurava sua mão com delicadeza. Mas os olhos, os olhos não mentem nunca. Eles sempre pareciam estar olhando para outro lugar. Para outro tempo.
Par