O tão esperado dia havia finalmente chegado. O dia em que Roberto e eu nos tornaríamos marido e mulher. A ansiedade que me corroía no peito se misturava com uma felicidade estranha, quase surreal, difícil de traduzir em palavras. Era como se minha mente gritasse para que eu focasse no presente, no que realmente importava, e não nos fantasmas de um passado que nunca deveria ter mexido tanto comigo.
Mas enquanto eu me arrumava, do outro lado da cidade, Roberto também vivia seus próprios dilemas.
Ele acordou cedo, mas nem parecia. O olhar perdido denunciava que a noite havia sido longa demais, cheia de pensamentos, preocupações e insônia. Tudo por conta do pai. O médico havia confirmado na noite anterior que seu pai, infelizmente, não teria condições de ir ao casamento. E aquilo o machucava de um jeito que nem ele sabia explicar.
Sentado na beira da cama, ainda completamente nu, ele encarou o próprio reflexo no espelho grande do quarto. Passou as mãos pelo queixo, desceu pelo peitoral de