A volta para o lar, após o fim de semana na praia, aconteceu num fim de tarde de segunda-feira. O sol dourava a fachada dos prédios de São Paulo, refletindo nos vidros espelhados do edifício onde moravam João, Roberto, Alicia e o pequeno Pietro. A cidade pulsava com seus sons familiares, e ao cruzarem a portaria do prédio de luxo, com Pietro no colo de Alicia e as malas sendo levadas por um funcionário, o trio se sentia surpreendentemente leve. Era como se a viagem à praia tivesse renovado algo invisível entre eles: um fio de cumplicidade mais firme, mais íntimo, mais sólido.
Dentro do elevador panorâmico, Pietro balbuciava sílabas sem sentido, animado com o movimento. Roberto ajeitou a alça da mochila no ombro e olhou para João, que estava mais relaxado do que de costume, a mão enlaçada discretamente na cintura de Alicia. Eles não se tocavam em público de forma escancarada — não por vergonha, mas por escolha. O vínculo entre os três era profundo e sólido o suficiente para não depende