Mundo ficciónIniciar sesiónMalrik
Maio de 2025
Me chamam de Príncipe Moros. Assim como o deus Moros, eu sou a personificação do destino inevitável, aquele fim trágico que nenhum dos meus inimigos pode evitar. Eu sou a mão que executa os inimigos da família. O meu trabalho não é matar, é mandar um recado usando a morte.
Eu sou Malrik Kaelen Wayne. O segundo, meu pai, tinha o mesmo nome. Ele era o líder da família, cargo herdado por meu irmão mais velho Dominic. Ele sim decide quem vive, quem morre e como morre, eu executo. Sou apenas um instrumento.
Balanço o líquido âmbar no copo enquanto penso sobre os últimos acontecimentos. A morte de Cameron balançou a família. Ele tinha quase a mesma idade que Dominic. E foi assassinado e marcado por uma maldita justiceira. Agora todos os meios de comunicação estão em alvoroço tecendo mentiras sobre meu irmão, manchando sua imagem de homem justo, o transformando em um policial corrupto e possível pedófilo/estuprador. Afinal, todos os homens assassinados por ela são estupradores ou pedófilos. Mas dessa vez ela se enganou, e esse erro vai ser sua ruína, pois a farei pagar da maneira mais dolorosa. Não toco em mulher se não for para dar carinho ou prazer, mas para essa abrirei uma exceção.
— O que pretende fazer quanto ao último desejo do seu pai, senhor? — A voz alcança meus planos de vingança.
Lentamente, coloco o copo sobre a mesa e olho para a sombra que me acompanha desde os meus quinze anos.
— Cumprir, obviamente — respondo. — A minha gaiola precisa de um passarinho.
Pego um copo novamente e levo até perto dos lábios, só o suficiente para absorver o cheiro. Estou há onze meses, duas semanas e um dia sem colocar álcool na boca. Faço isso só para provar que estou no controle. Posso beber, mas não vou. Preciso estar sóbrio para caçar e torturar a maldita que matou meu irmão mais velho, tirando-o de sua mulher e sua filhinha.
É nisso que penso agora, e em quase todos os momentos da minha vida desde que recebi a notícia e encontramos o corpo deformado e marcado com a palavra culpado em latim “Reus”. Cameron era meu exemplo, cresci me espelhando em seus atos e gestos, mesmo que ele tenha se tornado policial e eu um matador.
— A menina é cega, senhor. — Olho para ele, que novamente me tirou dos pensamentos, como se questionasse “e?”. — O senhor teria coragem de castigá-la?
Dou uma gargalhada.
— Casar comigo é castigo, Jordan?
— Não, senhor. Cla-ro que na-ão. — Gagueja ao perceber a merda que disse.
— Parece que acha isso. Não está mais satisfeito com sua posição para se meter assim nas minhas coisas? — É divertido ver esse homem quase da minha altura tremer na base. Ele é ruivo, e fica amarelo. Sabe que detém muitos segredos, que não existe demissão, só sete palmos sob a terra.
— Sinto muito, senhor. Não vai mais acontecer.
— Acho bom. — Encaro enquanto ele assente. — Agora faça seu trabalho. Quero que entre em contato com o pai dela e diga que aceito a oferta, mas terei minhas condições documentadas. Não confio nem em minha sombra. Esse acordo está vantajoso demais para não ser uma armadilha.
Ele assente e questiona:
— Mais alguma coisa senhor?
Apenas nego com um gesto.
— Apenas avise ao motorista e o segurança que vou sair. Estejam prontos em vinte minutos.
— Sim, senhor.
Um acordo onde me torno líder da famiglia apenas por me casar com a filha do velho líder... Suspeito, muito suspeito.
Apesar de alguns que conhecem nossos segredos nos nomearem de mafiosos, tenho na minha teimosia que para ser mafioso tem quer ser italiano. Necessidade? Não tenho nenhuma. É apenas um capricho meu que levarei até o fim. Esse casamento vai ser perfeito para isso.
Me levanto e saio do escritório. Vou até o quarto e tomo um banho rápido, colocando só um jeans e uma camisa branca que deixa os músculos dos meus braços visíveis. Passo os dedos sobre os cabelos molhados e pego celular, relógio e a arma. Estou pronto.
Dirijo meu Bentley prata até a boate de Lance. Meu irmão mais novo. O anjinho da família... só que não. Alguns fãs dizem que ele se parece com um tal de Castiel em uma série meio maluca de caçadores de demônios e outros monstros. Desde então ele se autodenomina Criatura Divina. E, acreditem ou não, comprou um sobretudo igual do tal cara e anda por ai desfilando com ele, principalmente quando precisa fazer algum trabalho da família.
É um mimado, sempre foi. Mesmo sendo o mais novo por questão de dias. Nossa família é uma família diferente. Nosso pai tinha três mulheres. A sua esposa oficial, mãe de Cameron e Lance, e duas não oficiais. Minha mãe e a mãe do Dominic. Era para ser Cameron a assumir a família, mas ele escolheu a vida como policial. Por ser o único filho que sobrou da esposa oficial do nosso pai, passaria o lugar para Lance, mas não existe um ser que saiba que ele não serve para essa vida de líder, seu negócio é tocar sua boate e suas putas. É gastar o dinheiro e nome da família. Aparece no hospital da família tão raramente que costuma ser confundido com pacientes. Como eu disse; mimado.
Bato a porta do carro e entro no local de fachada chamativa. Meu seguranças me seguem. Passamos pela parte barulhenta da boate e chegamos na parte privativa, onde dois seguranças estão parados com duas estátuas. Assim que me aproximo, eles se afastam.
Entro no ambiente. Os meus seguranças ficam de fora.
Sou tomado pela iluminação sensual, trazendo tons de vermelho para as poucas pessoas privilegiadas por entrar aqui. A música é sensual e baixa. Caminho pelo bar, observando as mulheres mimando o alto escalão, com suas roupas mínimas. São todas lindas. Belezas de todas as etnias, tamanhos e gostos.
— Olha só quem resolveu nos visitar! — Lance está atrás do balcão do bar, onde o barman o observa fazer uma bebida, enquanto o outro serve os clientes e as “meninas”. — Se aproxime, Rambo. Vou te preparar o melhor negroni da sua vida.
— Espero que sim, Criatura Divina. E pare de me chamar de Rambo, se preza sua língua. — A ameaça é clara. Mas o babaca do meu irmão ri. Esse é o Lance. O filho da puta mimado.







