Mundo de ficçãoIniciar sessãoLuke
Marie como sempre estava linda. Foi difícil concentrar-me na estrada. Não queria que Marie descobrisse que a Phoebe me contou sobre a conversa delas ontem à noite. Estava confusa e apesar de amar minha irmã e ser amigo de Marie, preferi apenas ouvir. As duas foram enganadas. Aquele imbecil do Johny já prejudicou muitas pessoas. Aquilo tudo fervilhava a minha cabeça. Por isso sugeri o fim de semana na fazenda dos meus pais. Lá é um lugar de paz e tranquilidade. Minha mãe amou a ideia. É doida para ter Marie como nora. Tenho certeza que fará de tudo para jogar Marie para cima de mim. Não a culpo. Infelizmente o momento não é oportuno. Marie acabou de descobrir uma traição. Traição de um casamento de cinco anos. Não é pouco tempo e apesar de querer estar com ela além da amizade, sei que no momento ela precisa de espaço. Por isso serei paciente. Não sou nenhum tarado e muito menos desesperado. Marie ficava linda preocupada. De fato me incomodei com o comentário sobre Phoebe. Deixei o assunto pra lá porquê não mudaria nada para melhor. A distraí e quando o sinal ficou verde segui a rota. Marie ligou o rádio e cantarolou música Girl More Have Fun. Uma das suas músicas favoritas. Sorri. Era bom vê-la de bom humor. Por sorte não pegamos engarrafamento. * Já na fazenda fiquei perplexo ao ser ignorado pela minha própria mãe. De fato era sua fã número um. Entramos e constatei que minha mãe exagerou demais na quantidade. Ainda mais que o de costume. Tudo o que sobrava era repartido aos funcionários. Sem desperdício! Conseguia ouvir perfeitamente a voz do meu pai falando. -Espero que tudo esteja ao seu agrado, querida. Minha mãe acariciou a mãe de Marie. -Não sei o que dizer. -Não diga nada. Apenas saboreie. De sobremesa teremos torta de limão. -Oba! É a minha preferida. Marie comemorou. -Eu sei. Te conheço desde criança esqueceu? Dona Tânia piscou. Marie piscou de volta. Sorri. Percebi que meu pai me observava. Observava sem descrição. Ele sabia. Antes de viajar contei a ele sobre os meus sentimentos. Na ocasião ele me aconselhou a desistir pois Marie era uma mulher comprometida. Agora a situação era diferente. Conhecendo bem a Marie sei que pedirá o divórcio. Em breve será uma mulher livre. Quem sabe tenho uma chance? Até lá tentarei me conter. Tentarei. * Após a sobremesa, Marie e a minha mãe foram para o jardim. Sentei na cadeira de balanço e me pús a observar o campo. Aquele é o meu ponto de paz. O meu refúgio. Sorri. Assim que descansei o almoço fui ao estábulo. Precisava ver como o Trovão. Meu cavalo de estima. Sentia falta de montar. O hipismo é uma das minhas paixões. Ganhei alguns prêmios com ele. É o meu orgulho. -Trovão. Vejo que continua forte e saudável como o vi da última vez. Acariciei o pelo liso e negro. Trovão esfregou sua cabeça no meu peito. Sorri. Ainda fico impressionado com ele. É extremamente inteligente. Parece até que entende o que falo. -Filho, aí está você! Meu pai veio ao meu encontro. Lembro que foi através dele que me apaixonei pelo campo. Mais especificamente pelos cavalos. Numa época em que estava rebelde, meu pai me obrigou a trabalhar cuidando dos porcos, bois e principalmente dos cavalos. A parte mais trabalhosa foi cuidar dos porcos. Os cavalos foram o meu refúgio. Obedeciam aos comandos com facilidade. Ao fim da primeira semana já estava montando o belíssimo e incomparável Trovão. -Vim ver o Trovão e imaginei que estivesse aqui. Revirei os olhos. Começo achar que os meus pais preferem até os animais a mim.






