CAPÍTULO 88
Maria Eduarda Duarte
Assim que entrei no CTI, o cheiro de antisséptico me atingiu com força, misturado ao som suave dos monitores cardíacos que preenchiam o ambiente. Meus olhos procuraram desesperadamente pela cama de Maicon, e o encontrei cercado por outros pacientes.
Ao lado dele, o mesmo médico que falou comigo, se aproximou de mim.
— Senhora Maria Eduarda — ele tinha uma voz que parecia escolher as palavras com cuidado — Incluímos o nome do seu marido em caráter de urgência no banco de órgãos. Já enviamos o material para análise de compatibilidade. Agora, temos que ter fé que um coração compatível apareça o mais rápido possível.
Meu coração, que já estava pesado, afundou ainda mais, segurei a mão do Maicon, mas antes que eu pudesse processar completamente o que ele disse, Francesco, o cardiologista da máfia e velho amigo da família Strondda, entrou na sala. Seu olhar era intenso e, de certo modo, carregado de uma preocupação que ele raramente demons