Diana
O quarto estava silencioso demais.
O tipo de silêncio que machuca o ouvido, sabe? O que parece te engolir inteira.
Eu estava sentada na beira da cama, com o coração ainda acelerado e as mãos tremendo, mesmo depois de tudo já ter passado. Ethan estava perto da janela, de costas pra mim, falando alguma coisa no telefone. O tom de voz dele era baixo, mas firme — o jeito que ele ficava quando estava resolvendo algo sério.
Eu não ouvia direito.
Na verdade, nem queria.
Minha cabeça parecia girar em um looping sem fim, entre o rosto da Meredite, o barulho dos saltos dela, e o perfume. Aquele maldito perfume.
Fechei os olhos e tudo voltou — o hospital, a luz fria, a sensação de vazio.
O choro veio antes mesmo de eu perceber.
Primeiro leve, um soluço contido. Depois desabou.
— Diana? — a voz dele veio suave, preocupada. Ele largou o celular na hora e veio até mim. — Ei, ei... o que foi, amor?
Balancei a cabeça, mas as lágrimas não paravam. — Eu... eu quero ir embora daqui, Ethan.
Ele se