Diana
O sol nem tinha subido direito quando eu abri os olhos. Ethan ainda dormia do meu lado, o peito subindo e descendo num ritmo calmo, a respiração leve. Por um instante fiquei ali só olhando pra ele, tentando achar coragem no silêncio.
Hoje eu ia saber.
Assim que ele saiu pra trabalhar, a casa ficou quieta demais. Só dava pra ouvir o som distante dos pássaros e o barulho da água pingando da torneira da pia. Fiquei parada uns minutos, olhando pra caixinha que tava em cima da mesa do banheiro. Pequena, simples, mas parecia pesar toneladas.
Comprei o teste ontem, escondido. E desde então, meu coração não tinha parado de bater acelerado.
“É só um teste”, pensei. “Nada demais. Pode dar negativo.”
Mas minhas mãos tremiam tanto que mal consegui abrir a caixa.
Li as instruções umas dez vezes, como se isso fosse me preparar pra qualquer resultado.
Fiz o teste.
Depois fiquei ali, parada, encarando aquele pedacinho de plástico sobre a pia. Trinta segundos pareciam uma eternidade.
Meu coração