Diana
Estávamos na sala, eu, mamãe e o Ethan, enrolados no cobertor como se fosse um domingo qualquer. A TV passava um filme bobo — daquelas comédia romântica que eu nunca assumo que gosto — e a gente só comentava as partes engraçadas enquanto comia pipoca. Minha mãe fazia aquele barulhinho gostoso de quem tá feliz, e o Ethan ficava sentado do meu lado, o braço no encosto me alcançando às vezes pra apertar a mão. Era um momento raro de normalidade, e eu tentava aproveitar cada segundo.
Aí, do nada, a imagem na TV cortou. Aquela pausa rápida que a gente já começa a desconfiar que é notícia ruim. Veio aquele homem sério no canto da tela, e a voz do âncora: “Interrompemos a programação para uma notícia de última hora.” Meus dedos ficaram presos na bolsa de pipoca. O coração já deu um pulo. Mamãe levantou a cabeça, e Ethan também. A sensação de que alguma coisa ia acontecer apertou o peito.
A transmissão mostrou logo a cena: um carro numa avenida movimentada, cercado por viaturas. A câmer