Mundo ficciónIniciar sesiónMinha cabeça dói, sinto um gosto estranho na boca, posso sentir o cheiro forte de café vindo de algum lugar na nebulosa realidade. Me obrigo a sentar, tiro a venda dos olhos e vejo que meu quarto está totalmente vazio e escuro. Me levanto lentamente e vou até o banheiro, faço minha higiene e tomo um banho frio bem demorado, deixo a água cai no meu corpo quente me gerando arrepios deliciosos.
Limpo minha mente de todos os eventos da noite anterior, se Seraphine não tiver aberto a boca, meu pai e Timmy nem sonham com o que aconteceu e eu estarei livre de uma bronca monstruosa. Término o banho e me seco, coloco meu velho moletom surrado e uma regata azul e logo vou para cozinha, onde poderei encontrar o elixir para minha ressaca, mas me arrependo assim que chego.
— Greta, finalmente você resolveu dar o ar da graça. — Diz Timmy com seu rosto impassível sentado à mesa tomando café. — Poderia me explicar que merda foi essa que você arrumou ontem à noite querida irmã?
— Timmy não começa, eu ainda não tomei nem o café da manhã. — Falo pegando a xícara que Silvia me entrega e me sento de frente para Timmy, ele é mais velho do que eu cerca 2 anos e assim como o meu pai, acha que eu sou de vidro e deveria viver presa em uma redoma. — Que tal você me dá a sua versão da história? — Sugere Timmy.
— Eu estava dançando com Seraphine, até que um babaca se achou no direito de passar a mão na minha bunda. —Conto com ar de indignação. — Timmy você sabe que não gosto que fiquem tocando no meu corpo sem permissão, então eu dei um soco na cara do idiota.
— Não foi o que me disseram. — Timmy me olha de forma inquisidora.
— Está bem não foi só um soco, eu usei algumas técnicas de luta nele, tudo coisa que o papai me ensinou, agora me fala, quem te contou?
— Seraphine, ela me disse que você bebeu demais ontem e se meteu nessa briga. — Timmy me faz lembrar do meu pai, minha mãe sempre diz que Timmy é uma cópia quase perfeita dele. Os mesmos cabelos acobreados o mesmo jeito protetor. Timmy sem dúvidas é uma cópia mais que perfeita do nosso pai. — Eu tive que ligar para o papai.
— Você fez o que? — Pergunto parando a xícara no ar e o olhando assustada. — Não me diga que o papai está vindo?
— Ele já deve estar chegando com a nossa mãe e Tyler, aliás, como você fugiu de Luke?
— Isso e o de menos maninho, tenho que fugir do nosso pai. — Falo me levantando. — Timmy foi um prazer te ver e aliais, vai se foder fofoqueiro de merda! — Saio em disparada para o meu quarto, Silvia está arrumando a cama e já abriu a janela, vejo o Central Park de relance enquanto entro no closet, coloco um vestido qualquer, pego minha bolsa e o celular e volto para sala colocando os sapatos, corro para porta e ao abri-la congelo na hora.
— Pa...pa...pai, eu posso explicar tudo. — Gaguejo andando para trás. Apressar do tempo meu pai ainda seria capaz de levar qualquer mulher a loucura. Conrad Irving ainda tem o mesmo cabelo acobreado, mas agora está manchado de branco nas têmporas, seus olhos ainda são de um cinza azulado vivido e ameaçador. Eu tenho certeza que o olhar dele poderia assustar qualquer pessoa que o olhasse nesse instante. — Seraphine exagerou um pouco, não foi uma briga eu juro.
— Eu não quero explicações Greta, você tem 5 minutos para arrumar suas coisas e voltar para Seattle. — Meu pai me olha impassível.
— Eu não fiz nada pai, o cara era um folgado, ele passou a mão em mim e eu dei um tapa nele. — Falo o encarando. — Eu fugi dos seguranças por que não vejo necessidade deles me seguirem vinte e quatro horas por dia.
— Greta isso não é uma negociação, você volta hoje com a sua mãe querendo ou não. — Branda meu pai impassível. — Você tem dois minutos Greta.
— Eu não vou, não entendo o motivo de apenas eu ter vários seguranças no meu pé, Timmy, Seraphine, minha mãe e até mesmo você possui apenas um segurança, eu tenho três. — Falo exasperada. — O senhor não tem esse direito!
— Greta não me venha com essa, arrume suas coisas agora. — Ordena meu pai.
— Eu não vou arrumar nada. — Falo firmemente.
— O que está acontecendo aqui? — Pergunta minha mãe. — Da para ouvi-los do corredor.
— Mãe meu pai quer que eu volte para casa. — Falo em tom de suplica — Fala para ele mãe, fala para ele que eu posso ficar aqui.
— Conrad não seja tão duro com a nossa filha, Greta não deve ter feito nada demais. — Minha mãe e a única pessoa no mundo que consegue convencer o meu pai a fazer o que ela quer e do modo que quer. — Querida não se preocupe, você vai ficar aqui, agora me fale como está a faculdade.
— Abigail não se meta nisso, Greta brigou em um bar ontem, fugiu dos seguranças e se colocou em risco, ela vai voltar hoje. — Minha mãe olha para meu pai e revira os olhos.
— Irving não me diga que nunca arrumou uma briga em um bar? Eu mesma já fugir dos seguranças várias vezes. — Intervém minha mãe de forma conciliadora.
— Anne você sabe que foi uma situação diferente dessa. — Percebo a mudança na postura do meu pai, ele relaxa visivelmente.
— Conrad por favor. — Pedi minha mãe com uma voz sedutora mordendo os lábios. — Eu mesma prometo que vou ficar de olho em Greta.
— Ok, Greta pode ficar. — Decide meu pai encarando minha mãe com um olhar cheio de promessas. — Mas Timothy terá que ficar de olho nela.
— O que! — Exclama meu irmão vindo da cozinha. — Pai eu não sou a babá da Greta, ela que volte para casa com vocês. — Timmy olha para o meu pai que devolve o olhar com desaprovação.
— Timothy isso não está em questão, iremos abrir uma filial aqui e eu preciso que você seja o responsável. — Meu pai e Timmy mergulham em um discursão sobre responsabilidade e negócios, não penso duas vezes antes de usar isso para fugir junto com a minha mãe. Vamos para cozinha aonde começamos a falar sobre a empresa da minha mãe. O tempo passa tão rápido quando estou com minha mãe que nem sentimos a hora seguinte passar, só voltamos para realidade quando meu pai e meu irmão então na cozinha.
— Greta amanhã teremos um leilão e você irá comigo, com sua mãe e Timothy.
— Só me diz, o motivo pelo qual eu devo ir? o senhor sabe que o meu negócio é a Agência da mamãe e não a empresa. — Falo o olhando. — Além do mais, Timmy pode cuidar de tudo sozinho, ele já fez isso antes
— Greta vamos abrir uma filial de ambos em Nova York, então e do seu interesse assim como o de Timmy. — Reviro os olhos para o meu pai e me viro para minha mãe.
— Eu preciso de um vestido novo, vamos as compras mãe?
— Vamos sim querida, preciso gastar um pouco. — Pego minha bolsa e saio para fazer uma das coisas que eu mais aprecio no mundo, compras em Nova York, meu novo e permanente lar.







