Capítulo Dois: Greta Irving

Minha cabeça dói, sinto um gosto estranho na boca, posso sentir o cheiro forte de café vindo de algum lugar na nebulosa realidade. Me obrigo a sentar, tiro a venda dos olhos e vejo que meu quarto está totalmente vazio e escuro. Me levanto lentamente e vou até o banheiro, faço minha higiene e tomo um banho frio bem demorado, deixo a água cai no meu corpo quente me gerando arrepios deliciosos.

  Limpo minha mente de todos os eventos da noite anterior, se Seraphine não tiver aberto a boca, meu pai e Timmy nem sonham com o que aconteceu e eu estarei livre de uma bronca monstruosa. Término o banho e me seco, coloco meu velho moletom surrado e uma regata azul e logo vou para cozinha, onde poderei encontrar o elixir para minha ressaca, mas me arrependo assim que chego.

 — Greta, finalmente você resolveu dar o ar da graça. — Diz Timmy com seu rosto impassível sentado à mesa tomando café.  — Poderia me explicar que merda foi essa que você arrumou ontem à noite querida irmã?

 — Timmy não começa, eu ainda não tomei nem o café da manhã. — Falo pegando a xícara que Silvia me entrega e me sento de frente para Timmy, ele é mais velho do que eu cerca 2 anos e assim como o meu pai, acha que eu sou de vidro e deveria viver presa em uma redoma. — Que tal você me dá a sua versão da história? — Sugere Timmy.

 — Eu estava dançando com Seraphine, até que um babaca se achou no direito de passar a mão na minha bunda. —Conto com ar de indignação. — Timmy você sabe que não gosto que fiquem tocando no meu corpo sem permissão, então eu dei um soco na cara do idiota.

— Não foi o que me disseram. — Timmy me olha de forma inquisidora.

 — Está bem não foi só um soco, eu usei algumas técnicas de luta nele, tudo coisa que o papai me ensinou, agora me fala, quem te contou?

 — Seraphine, ela me disse que você bebeu demais ontem e se meteu nessa briga. — Timmy me faz lembrar do meu pai, minha mãe sempre diz que Timmy é uma cópia quase perfeita dele. Os mesmos cabelos acobreados o mesmo jeito protetor. Timmy sem dúvidas é uma cópia mais que perfeita do nosso pai. —  Eu tive que ligar para o papai.

 —  Você fez o que?  —  Pergunto parando a xícara no ar e o olhando assustada. —  Não me diga que o papai está vindo?

 —  Ele já deve estar chegando com a nossa mãe e Tyler, aliás, como você fugiu de Luke?

 —  Isso e o de menos maninho, tenho que fugir do nosso pai. —  Falo me levantando. —  Timmy foi um prazer te ver e aliais, vai se foder fofoqueiro de merda! —  Saio em disparada para o meu quarto, Silvia está arrumando a cama e já abriu a janela, vejo o Central Park de relance enquanto entro no closet, coloco um vestido qualquer, pego minha bolsa e o celular e volto para sala colocando os sapatos, corro para porta e ao abri-la congelo na hora.

 —  Pa...pa...pai, eu posso explicar tudo. — Gaguejo andando para trás. Apressar do tempo meu pai ainda seria capaz de levar qualquer mulher a loucura. Conrad Irving ainda tem o mesmo cabelo acobreado, mas agora está manchado de branco nas têmporas, seus olhos ainda são de um cinza azulado vivido e ameaçador. Eu tenho certeza que o olhar dele poderia assustar qualquer pessoa que o olhasse nesse instante. —  Seraphine exagerou um pouco, não foi uma briga eu juro.

 —  Eu não quero explicações Greta, você tem 5 minutos para arrumar suas coisas e voltar para Seattle. —  Meu pai me olha impassível.

 —  Eu não fiz nada pai, o cara era um folgado, ele passou a mão em mim e eu dei um tapa nele. —  Falo o encarando. —  Eu fugi dos seguranças por que não vejo necessidade deles me seguirem vinte e quatro horas por dia.

 —  Greta isso não é uma negociação, você volta hoje com a sua mãe querendo ou não. —  Branda meu pai impassível. —  Você tem dois minutos Greta.

 —  Eu não vou, não entendo o motivo de apenas eu ter vários seguranças no meu pé, Timmy, Seraphine, minha mãe e até mesmo você possui apenas um segurança, eu tenho três. —  Falo exasperada.  —  O senhor não tem esse direito!

 —  Greta não me venha com essa, arrume suas coisas agora. —  Ordena meu pai.

 —  Eu não vou arrumar nada. —  Falo firmemente.

 —  O que está acontecendo aqui?  —  Pergunta minha mãe. —  Da para ouvi-los do corredor.

 —  Mãe meu pai quer que eu volte para casa. —  Falo em tom de suplica — Fala para ele mãe, fala para ele que eu posso ficar aqui.

 —  Conrad não seja tão duro com a nossa filha, Greta não deve ter feito nada demais. —  Minha mãe e a única pessoa no mundo que consegue convencer o meu pai a fazer o que ela quer e do modo que quer. —  Querida não se preocupe, você vai ficar aqui, agora me fale como está a faculdade.

 —  Abigail não se meta nisso, Greta brigou em um bar ontem, fugiu dos seguranças e se colocou em risco, ela vai voltar hoje. —  Minha mãe olha para meu pai e revira os olhos.

 —  Irving não me diga que nunca arrumou uma briga em um bar? Eu mesma já fugir dos seguranças várias vezes. — Intervém minha mãe de forma conciliadora.

 —  Anne você sabe que foi uma situação diferente dessa. —  Percebo a mudança na postura do meu pai, ele relaxa visivelmente.

 —  Conrad por favor. —  Pedi minha mãe com uma voz sedutora mordendo os lábios. —  Eu mesma prometo que vou ficar de olho em Greta.

 —  Ok, Greta pode ficar. —  Decide meu pai encarando minha mãe com um olhar cheio de promessas. —  Mas Timothy terá que ficar de olho nela.

 —  O que! —  Exclama meu irmão vindo da cozinha. —  Pai eu não sou a babá da Greta, ela que volte para casa com vocês. —  Timmy olha para o meu pai que devolve o olhar com desaprovação.

 —  Timothy isso não está em questão, iremos abrir uma filial aqui e eu preciso que você seja o responsável. —  Meu pai e Timmy mergulham em um discursão sobre responsabilidade e negócios, não penso duas vezes antes de usar isso para fugir junto com a minha mãe. Vamos para cozinha aonde começamos a falar sobre a empresa da minha mãe. O tempo passa tão rápido quando estou com minha mãe que nem sentimos a hora seguinte passar, só voltamos para realidade quando meu pai e meu irmão então na cozinha.

 —  Greta amanhã teremos um leilão e você irá comigo, com sua mãe e Timothy.

 — Só me diz, o motivo pelo qual eu devo ir? o senhor sabe que o meu negócio é a Agência   da mamãe e não a empresa. —  Falo o olhando. —  Além do mais, Timmy pode cuidar de tudo sozinho, ele já fez isso antes

 —  Greta vamos abrir uma filial de ambos em Nova York, então e do seu interesse assim como o de Timmy. —  Reviro os olhos para o meu pai e me viro para minha mãe.

 —  Eu preciso de um vestido novo, vamos as compras mãe?

 —  Vamos sim querida, preciso gastar um pouco. —  Pego minha bolsa e saio para fazer uma das coisas que eu mais aprecio no mundo, compras em Nova York, meu novo e permanente lar.

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