༺ Amara Wild ༻
Quando me sentei no sofá e cruzei as pernas, senti os olhares pesando sobre mim. Serena não perdeu tempo e disparou, com aquele tom venenoso que já me dava enjoo:
— Você está vendo como ela é? Até debochada, sentando aí como se fosse dona da mansão.
Antes que eu abrisse a boca, a senhora respirou fundo, virou o rosto lentamente e disse, com firmeza que calava até trovão:
— Cale-se, Serena. Você está me atrapalhando.
O silêncio que veio depois foi quase doce. Serena fechou a cara, cruzou os braços e se encolheu, contrariada.
Percebi o sorriso discreto nos lábios dos quatro irmãos; a satisfação deles com a autoridade da avó era impossível de esconder.
Foi então que a velha voltou o olhar para mim. Senti como se atravessasse minha pele e alcançasse meu peito. A voz dela veio dura, carregada de julgamento:
— Então, Amara… você não sente vergonha de se deitar com os meus quatro netos?
Engoli em seco, respirei fundo e, sem recuar, respondi:
— Não, senhora. Não me envergonho.