Capítulo 6

No meio de toda essa zona, me arrependo amargamente de não ter colocado uma senha no meu celular. A Diana consegue pegar o celular primeiro e fica em pé na cama.

— Okay, parem as duas! — Ela diz e só então eu percebo que a Bella se quer entrou na bagunça. — Não podemos invadir a privacidade dela assim, gostariam que fosse com vocês? — Eu fico aliviada.

— Muito obrigada. — Digo e ela me devolve o celular.

— Que crise de bom senso foi essa agora? — Sarah pergunta.

— Quando ela quiser nos contar, ela vai nos contar. — A Bella responde. — Você tem que parar de ser assim, já conversamos sobre isso. — Sarah bufa e cruza os braços.

— Aff, tá bom, só espero que seja logo. — Sarah diz e revira os olhos.

— Se fosse algo importante eu contaria, mas não é, é irrelevante. — Digo. — Podemos voltar ao filme agora?

— Sim, senhora. — E todas se voltam novamente para a televisão.

Que filho da puta, até quando não estou com ele, ele consegue complicar minha vida… quando o filme acaba, todas nós nos organizarmos e fomos dormir, mas antes, coloco uma senha no meu celular, só uma garantia de que essas doidas não vão tentar nada enquanto eu estiver dormindo.

Eu estou me sentindo meio ansiosa, preocupada talvez, o que esse garoto quer no final das contas? Se ele só quizesse me pegar, por que continua com esse joguinho? Ele já conseguiu o que queria, a gente já ficou duas vezes! Ou talvez ele só esteja me usando para se divertir e gosta de me provocar, talvez só seja algum fetiche de pegar uma das amigas da irmã e tá me usando para realizar isso… eu não sei, estou confusa de verdade.

Por que assim, se fosse outra pessoa, eu provavelmente só ia ficar e seguir o baile, mas é o Elias, ele atiça algo forte em mim.

Eu só queria virar esse jogo e provoca-lo do mesmo jeito que ele me provoca, fazer a vida dele um inferno antes que ele faça isso comigo. Porque se tem alguém que tem cara de quem vai foder minha vida, esse alguém é Elias Wayne.

No dia seguinte eu acordo decidida a fazer um 1x0 com o Elias, quem sabe não é a solução. Sei bem que o jogo que estou tentando fazer é perigoso e também uma faca de dois gumes, mas que eu vá pelo gume certo no final.

As meninas levantam animadas e se arrumam com roupas estilosas, enquanto eu só trouxe uma calça jeans simples, uma camiseta preta e meu vans preto.

— Meninas, será que vocês não podem me emprestar uma roupa? — Pergunto ainda olhando para as minhas roupas em cima da cama.

— Quem é você e o que fez com a Rebeca? — Diana pergunta rindo.

— Fica quieta Diana, talvez seja minha única oportunidade de fazer a Rebeca vestir algo que não seja uma calça. — Sarah diz animada e rapidamente tira algumas peças de seu guarda-roupa. — Tenho certeza que vai ficar lindo em você, e o melhor é que vai combinar com o vans que você trouxe e com seu óculos. — Me troco no banheiro e volto.

— E aí, como estou? — Elas olham pra mim.

— Está maravilhosa, amiga. — Diz a Daiana.

— E porque isso de repente, está querendo deixar algum garoto doido? — A Bella pergunta.

Mas é claro, essa é a intenção minhas queridas, só que eu sou trouxa e tô fazendo isso para um garoto.

— Talvez seja a pessoa misteriosa que ela estava conversando ontem. — A Sarah diz.

— Eu tenho certeza. Mas pelo menos, agora sabemos que estuda na nossa escola. — A Diana diz fazendo as meninas rirem, eu reviro os olhos.

— É melhor irmos, ou vamos nos atrasar. — Digo e elas riem ainda mais, bando de doida.

Na escola, fomos direto para a sala, assistimos as primeiras aula tranquilamente, até que chega a terceira e o professor de química fala:

— Bom alunos, hoje eu vou juntar vocês com a turma do 3° ano pra que juntos façam algumas experiências químicas, como eles estão se aprofundando nas aulas práticas esse ano, eles vão poder explicar cada reação pra vocês, nessa aula vocês verão apresentações que eles prepararam e na próxima aula depois do intervalo, vocês se juntaram a eles para fazer as experiências. — Boa professor, foi certeiro hein! É agora que esse menino vai comer na minha mão.

— E quantos pontos isso vale, professor? — Um garoto que eu não conheço pergunta.

— Metade da nota do semestre. — A turma inteira começa a conversar, consigo ouvir algumas palavras como: "que absurdo", "ele não pode fazer isso com a gente", "esse professor nos odeia, só pode" e acaba me fazendo rir. — Peguem suas coisas e me sigam. — E assim fizemos.

Quando chegamos no laboratório, a turma do 3° ano já estava lá, todos de jalecos, luvas e óculos de proteção. Olho em volta e percebo uma coisa: na turma do Elias só tem gato, misericórdia, tô até passando mal.

— Menina, que ser humano é aquele ao lado do seu irmão? — Sussurro pra Diana.

— Eu acho que não é humano não querida, deve ser algum Deus grego. E olha aquele loirinho ali! — Eu olho na direção que ela aponta, é mesmo muito bonito.

— Vamos fazer assim: você vai no loiro e eu vou no moreno ao lado do seu irmão.

— Faz tempo que não fazemos isso, mas já gostei da ideia.

— Uma hora tinhamos que voltar a fazer isso, e olha lá, ele tá olhando pra você.

Eu pisco pra ela e ela vai até ele, enquanto eu me dirijo até a mesa do Elias, a Sarah e a Bella foram pra outra mesa conversar com uns gêmeos gatos, que confusão seria se eles começassem a namorar?

Chegando na mesa do Elias, eu percebo o choque que ele teve ao me ver com aquela roupa, por dentro eu estava rindo muito, mas por fora eu estava completamente concentrada no moreno que estava me explicando como ele faria aquela experiência, quando ele terminou de explicar eu perguntei:

— Que legal! Será que eu posso ficar na sua equipe na próxima aula? — O garoto é muito fofo, dá pra ver que ele ficou um pouco vermelho com a pergunta.

— Não mesmo. — O Elias responde.

— Não perguntei a você, perguntei ao Noah. — Um garoto ruivo que está ao lado Elias começa a rir.

— Sabe meu nome? — O Noah pergunta.

— Mas é claro, como eu não saberia o nome do cara mais gato do 3° ano?

— Parece que o Noah arrumou uma admiradora. — O ruivo fala. O Noah coça a cabeça com um sorriso fino e um rubor adorável nas bochechas.

— E aí, será que eu posso ficar na sua equipe? — Faço a cara mais fofa que eu posso.

— Claro, tudo bem.

— Valeu! — Me inclino um pouco sobre a mesa e o puxo um pouco na minha direção e lhe dou um beijo na bochecha. — Tudo bem, vou ver as outras apresentações, até a próxima aula.

— Até. — Ele diz.

Quando a aula acaba eu e as meninas fomos para o intervalo, eu estava completamente sorridente, a Daiana também.

— Podem explicar esses sorrisos? — Sarah pergunta, o meu é um pouco mais difícil de explicar, então deixei que a Daiana falasse primeiro, seja lá o que ela for falar, vou dizer a mesma coisa.

— Na quarta aula vou ficar na equipe de um garoto super gato que estava me dando mole! Eu ainda fico com ele, guardem minhas palavras.

— E você Rebeca, não me diga que o Noah Klein é o cara que você estava conversando? — A Bella fala.

— Não mesmo, mas eu vou ficar na equipe do Noah, que também parece estar a fim de mim, estou sentindo que esse ano vai ser diferente.

— É assim que se fala, vamos fazer de tudo um pouco esse ano, não quero chegar no último ano e ainda ser virgem de tudo. — Sarah fala.

— Com tanto que a virgindade que realmente importa fique intacta por mim tudo bem. — A Diana fala e nós rimos. Eu confiro os bolsos e lembro: não tem bolsos nessa saia.

— Não acredito! Deixei meu celular na bolsa. — Digo

— Tudo bem, vai lá buscar, podemos pegar seu lanche. — Diana diz.

— Valeu. Volto já já.

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