Arthur Duarte
Estava ao longe vendo a interação da minha sobrinha com aqueles favelados, como é que pode uma menina tão culta acabar assim, mas logo me lembrei que fui eu que a pus nessa situação, se tenho algum remorso por isso? Se dissesse que sim estaria mentindo.
— Não vai dá pra pegar ela não, a mina ta cheia de rapeize do lado dela. – Olhei para o homem ao meu lado repudiando a maneira com que se expressa. — E qual foi? Tá olhando o que? Num gosto de viado não.
— Essa prática também não me atrai, estava apenas observando o modo com que se expressa.
— Como assim? Fala o português direito porra! – Ele grita comigo e soltei uma lufada de ar.
— Quem não está falando corretamente é você, mas isso não vem ao caso agora. – Digo desistindo completamente de dizer o que está em minha mente.
— Tu é esquisito. – Revirei os olhos e me mantive em silêncio.
Hoje realmente não teremos como rapta-la, teremos que pensar em outra maneira. Os chamei para voltarmos e eles assentiram rapidame